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Na China

Pernambucano representa o país na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica

Juventino Férrer é um dos cinco alunos brasileiro a participar da competição internacional. Ele é aluno do Instituto Federal de Pernambuco

Publicado em: 14/08/2018 08:15 | Atualizado em: 14/08/2018 08:56

Juventino vai representar o Brasil na competição. Foto: Gabriel Melo/Esp DP

É gasoso. Tem anéis, mas não é saturno. Tem forte campo magnético e faixas coloridas em sua atmosfera. Descobrir que essa é a descrição do planeta Júpiter é uma tarefa fácil para Juventino Férrer. Ao longo do último ano, o estudante de 18 anos do curso técnico de química do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) precisou responder questões muito mais complexas sobre o universo e seus elementos. Executou a missão com êxito e se transformou em um dos cinco alunos brasileiros a representar o país na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, sigla em inglês), que acontecerá na China, em novembro deste ano.

Juventino participou de uma sequência de seletivas, que começaram no ano passado, com a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA). Ele começou a disputar a vaga com cerca de 100 mil estudantes de todo o Brasil. No total, foram seis etapas vencidas, que se afunilaram em uma bateria de treinamentos e exames, realizados durante um intensivo de uma semana em São Paulo. O resultado final chegou há cerca de 20 dias e fez Juventino pular pela casa de felicidade. Ele fará parte da comitiva brasileira na competição ao lado de dois estudantes do Ceará e dois de São Paulo.

Foram meses de dedicação intensa, com média diária de estudos de cinco horas. Uma surpresa até para ele, que começou a frequentar o laboratório de astronomia do Instituto mais pela chance de medir conhecimentos do que por interesse na área. “No começo, eu não era tão engajado. Apesar de o céu sempre ter me fascinado. Lembro que ainda criança usava um software que simulava o universo. Eu passava horas vendo as estrelas”, diz. 

Desde 2015, ele frequenta as aulas, estimulado pelo professor de astronomia Guilherme Pereira. “Pernambuco, apesar de estar localizado na melhor região do Brasil para observação, tem poucos professores na área. As olimpíadas servem como uma experiência mais próxima da ciência, como um empurrão no futuro profissional dos alunos”, explica Guilherme. Do laboratório do IFPE, já saíram 15 medalhas em competições do gênero desde 2009. Em 2013, a instituição também enviou outro competidor à Olimpíada Mundial, uma aluna que hoje é mestranda da Universidade de São Paulo (USP). Por ano, cerca de 50 alunos pernambucanos participam das seletivas.

Juventino nunca saiu do Brasil. O mais longe que esteve foi a cidade de Curitiba, com o coral do IFPE. Diz que não está ansioso para ir a Pequim, onde a competição acontecerá entre os dias 3 e 11 de novembro. Por enquanto, está acumulando os esforços para intensificar os estudos. Aumentou em uma hora a carga diária. “É uma grande oportunidade, tenho me dedicado bastante”, diz ele, que elege como assuntos preferidos as reações nucleares nas estrelas e a formação das galáxias. 
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