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Mortalidade materna cai 54,5% no Agamenon

No hospital, que é referência no estado foram registradas seis mortes de maio de 2017 a maio de 2018

Publicado em: 15/08/2018 09:19

Até 2015 o HAM chegou a ter 220 mortes de mães para cada 100 mil nascimentos. Foto: Teresa Maia/DP
Os resultados do projeto-piloto implantado no Hospital Agamenon Magalhães (HAM) com o propósito de reduzir os índices de mortalidade materna estão sendo comemorados pelos profissionais de saúde. De maio de 2016 a maio de 2017, foram registradas 11 mortes maternas e de maio de 2017 a maio de 2018, foram registrados seis óbitos, uma redução de 54,54%. Em 2015 a taxa de mortalidade no hospital chegou a 220 para cada grupo de 100 mil nascimentos. O HAM chegou a ter uma taxa de 220 mortes de mães para cada 100 mil nascimentos. 

O segredo para redução da mortalidade veio junto com um trabalho de equipe. As ações contaram com a parceria  das secretarias de Saúde do Recife e de Pernambuco, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a indústria farmacêutica MSD, apresentaram números que superaram as expectativas. A proposta inicial era de reduzir os óbitos em 30%, mas os dados surpreenderam. 

A gerente de Obstetrícia da Maternidade do HAM, Andréa Vasconcelos, afirmou que o modelo adotado para redução das mortes vai ser mantido. “Nós já estamos há 90 dias sem registro de óbito”, revelou. De acordo com a médica, no Brasil, dados do Ministério da Saúde divulgados em 2015 dão conta de que os números de mortes maternas eram de 60 para cada grupo de 100 mil bebês nascidos vivos. “O  HAM chegou a ter uma taxa de 220 mortes de mães para cada 100 mil nascimentos. Estamos concluindo um ano de trabalho árduo, mas muito gratificante”, comemorou Andréa. 

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a morte materna é considerada aquela ocorrida durante ou até 42 dias após o término da gravidez, independentemente da duração e local, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação, mas não devido a causas acidentais ou incidentais. As ações para implantação do projeto-piloto começaram a ser empreendidas em 2016, com as primeiras avaliações do diagnóstico e capacitações das lideranças do HAM. Ao todo foram 90 profissionais capacitados  e treinamento de pelo menos 215 profissionais assistenciais, incluindo o uso do Centro de Simulação Realística do Albert Einstein, em São Paulo.

A partir de maio de 2017 tiveram início as mudanças institucionais. “Passamos a colocar em prática os protocolos assistenciais para evitar as principais condições ameaçadoras à vida das gestantes, como por exemplo as septicemias, prevenção de tromboembolismo pulmonar e venoso, hemorragias, hipertensão, pré-eclâmpsia grave e outros processos de análise de eventos adversos, como reestruturação do comitê de óbitos; análise de custos envolvidos com o atendimento subótimo das gestantes e/ou com uma morte materna, dentre outras medidas”, apontou a gerente. 

Por se tratar de uma maternidade de referência para todo o estado de Pernambuco, mais de 200 gestores e profissionais de outras unidades de saúde da rede de assistência estadual também foram capacitados para identificar os casos mais graves e com risco de morte para as gestantes, agindo de forma adequada.
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