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Justiça libera mãe e filho suspeitos de matar médico, mas outra comarca determina prisão de ambos

Jussara Rodrigues e o filho de 23 anos chegaram ao fórum de Jaboatão dos Guararapes com os rostos cobertos e sem falar com a imprensa, mas juíza de Camaragibe determinou prisão temporária

Publicado em: 05/07/2018 11:04 | Atualizado em: 05/07/2018 13:47

Jussara chegou com o rosto coberto. Foto:Marcionila Teixeira/DP
A farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54 anos, e o filho, Danilo Paes, 23, suspeitos de assassinar e ocultar o cadáver do médico Denirson Paes Silva, 54 anos, foram liberados após passar por audiência de custódia no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, mas tiveram mandado de prisão temporária decretado pela juíza Marília Falcone, da 1ª Vara Criminal de Camaragibe, município no qual o crime ocorreu.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) confirmou a decisão de liberação, dada pelo juiz Otávio Ribeiro Pimentel, e afirmou que o magistrado determinou a soltura dos dois com condição de que ambos cumprissem medidas cautelares: comparecer mensalmente na sede do juízo competente para informar o endereço residencial atualizado, não se ausentar da região metropolitana, por mais de 15 dias sem prévia comunicação ao juízo competente, no prazo de cinco dias úteis, contados da chegada do expediente no juízo natural. 
 
Ainda segundo o juiz, nenhuma medida protetiva de urgência havia sido decretada antes contra eles. Para o magistrado, "mais adequada foi a imposição de medida que busque garantir a permanência dos autuados na Região Metropolitana do Recife e impedir que eles venham, eventualmente a sair do País. Ainda de acordo com o magistrado, os autuados ainda não foram condenados por outro crime doloso, com sentença transitada em julgado, que seria um pré-requisito para decretar a prisão preventiva.
 
A Polícia havia arbitrado uma fiança no valor de R$ 954 mil para cada um. O corpo do médico foi encontrado esquartejado e em avançado estado de decomposição dentro de um poço de 25 metros de profundidade, no Condomínio Torquato de Castro, no Km 13, em Aldeia, Camaragibe, onde a família mora. Ele estava desaparecido desde o dia 30 de maio. 
 
Bombeiros foram chamados para auxiliar perícia no poço novamente. Foto: Marcionila Teixeira/DP

A Polícia voltou na manhã desta quinta-feira à casa da família para mais uma perícia. A pedido dos peritos criminais, o Corpo de Bombeiros também voltou ao condomínio. Eles deverão entrar novamente no poço, onde o corpo do médico foi encontrado ontem. 
 
Um morador, que pediu para não ser identificado, comentou que os vizinhos do condomínio, com 270 lotes, são muito reservados. Mas disse que costumava ver o cardiologista passeando com seu cão, quase todo dia. O cachorro teria sido encontrado morto há uma semana.

Moradores estão chocados com o crime. "Esse crime é macabro. Dá medo", disse Pedro de Cássio, aposentado, comentando ainda que nem sabia do desaparecimento do médico. "Ficamos horrorizados, foi assustador", falou a administradora de empresas, Leila Marcele. 
 
O caso começou a ser investigado no dia 20 de junho, quando a mulher registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Camaragibe, informando o desaparecimento do cardiologista. Segundo a farmacêutica, o marido teria viajado e não retornado para casa. Ele tinha uma viagem marcada para Miami, nos Estados Unidos, no dia 2 de junho.

Filho do médico também chegou com o rosto coberto. Foto: Marlon Diego/Esp DP

Durante as investigações, a delegada Carmem Lúcia desconfiou da mulher e solicitou um mandado de busca e apreensão na residência da família, que foi realizado nesta quarta-feira (4), quando os policiais encotraram o corpo no poço, localizado no terreno da casa.

Denirson trabalhava no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), estava de férias em junho e deveria retornar ao serviço nesta quinta (5). A mulher e o filho foram autuados por ocultação de cadáver. 
 
Na noite desta quarta (4), peritos do Instituto de Criminalística já realizaram uma perícia na residência no condomínio Torquato de Castro, em Aldeia. Eles usaram a substância Luminol, que é capaz de identificar vestígios de sangue, mesmo que tenham sido limpos.

Além do Procape, Denirson Paes também trabalhou em grandes unidades de saúde do Recife, como os hospitais Getúlio Vargas, das Clínicas e do Exército. Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele também se graduou em direito pela Uninassau. O médico era natural da cidade de Campo Alegre de Lourdes, interior da Bahia.
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