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Violência

Marceneiro é preso, suspeito de matar mulher asfixiada

O crime ocorreu no mês passado em Olinda. A vítima foi morta na residência na frente dos filhos, menores de idade

Publicado em: 10/05/2018 12:02 | Atualizado em: 10/05/2018 12:14

Delegados Ricardo Cysneiros (direita) e Ivaldo Pereira, que falaram nesta manhã sobre o caso. Foto: Paulo César/PCPE

A Polícia Civil de Pernambuco indiciou por crime de feminício qualificado o marceneiro Gustavo Ramos de Moraes, 30 anos, suspeito de matar a companheira em abri desse ano, em Olinda, no Grande Recife. Fernanda Priscila de Souza Filha, 20, foi morta na residência onde morava, na frente dos filhos, menores de idade. O suspeito do crime não admitia a possibilidade de separação. Dentro de dez dias, a Polícia espera provar que a vítima foi obrigada a manter relações sexuais com o suspeito antes dele matá-la por asfixia. Ontem, fez 30 dias do assassinato.  

O delegado Ricardo Cysneiros, titular da Delegacia de Peixinhos, explicou que o exame sexológico no Instituto de Medicina Legal (IML) foi solicitado nos cadáver da vítima. Dessa forma, Cysneiros espera derrubar a tese de legítima defesa apresentada pelo companheiro de Fernanda Priscila. Um semana após o crime, Gustavo se apresentou na delegacia de Peixinhos, acompanhado de um advogado, alegando que desferiu um golpe contra a mulher, depois dela ter puxado uma faca contra ele. 

"Ele declarou que deu um golpe mata leão na mulher para não morrer,pois ela havia atirado uma faca nele. E só liberou quando ela estava no chão já morta. Ao mesmo tempo, disse que jogou fora a faca usada pela mulher porque teve medo dela se levantar e tentar contra ele outra vez. Aí ele entrou em contradição no interrogatório", comentou o delegado, que acredita que a vítima sequer teve chance de reagir, pois morreu sufucada por um travesseiro. "Ela não pode nem gritar. No outro quarto, estava os dois filhos, de cinco anos e um ano. A vizinha não escutou nada. Ela deve ter sido pega de supresa", observou. 

Fernanda tinha apenas 20 anos. Foto: Reprodução/Divulgação
O delegado Ricardo Cysneiros informou que o suspeito apresentou dois ferimentos nas mãos, que teriam sido feitos pela mulher. "Achamos estranho o formato dos cortes, pois são próximos e muito retilíneos. Pedi para que ele fizesse exame no IML, mas ele não queria. Tive que insistir para isso. Quero ter a certeza se ele se auto lesionou para forjar a tese de legítima defesa", esclareceu o delegado, que também estranhou o fato de Gustavo não ter procurado nenhum hospital para tratar os ferimentos. 

O delegado disse ainda que testemunhas contaram em depoimento que o suspeito era muito ciumento e não deixava ela usar maquiagem e moderava até as roupas que Fernanda Priscila vestia. "Ela trabalhava como costureira junto com a mãe e até isso ele não queria. Proibia ela de ter facebook, instagran e outras redes sociais", comentou. O delegado informou que indiciou o suspeito por crime de feminicídio qualificado. Gustavo teve a prisão decretada pela Vara do Júri de Olinda, na manhã da última quarta-feira. Ele foi preso à tarde, na Praça de Camaragibe e não reagiu a prisão. Depois de prestar depoimento na delegacia, foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
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