SAÚDE
Ameaça nem sempre visível, câncer da superfície ocular pode se revelar em consultas de rotina
Doença pode acometer sobretudo fumantes e pessoas com exposição excessiva à radiação solar, porém, tratameto através de procedimento cirúrgico garante recuperação rápida
Publicado em: 24/04/2018 16:27 | Atualizado em: 26/04/2018 12:57
Cores, festas e decorações fazem parte da vida cotidiana da autônoma Ellen Paes, 43 anos. Recentemente, contudo, o horizonte se tornou nebuloso: uma “carne” crescida nos olhos fez com que ela temesse perder a visão. A princípio, por não doer, nem incomodar, Ellen decidiu esperar o dia da visita de rotina ao oftalmologista. Foi quando, para sua surpresa, descobriu a suspeita de um tumor maligno e foi encaminhada para tratamento cirúrgico.
“A gente sempre acha que só acontece com os outros. Tive medo de não conseguir mais enxergar. Meus olhos são muito importantes, eles são tudo. Com eles eu vejo a natureza, a minha filha... e consigo fazer meu trabalho”, exalta a autônoma, que trabalha com produção de festas. Hoje, passados quase dois meses de cirurgia, Ellen define o caso como um sucesso. A paciente afirma que teve que usar um tampão no olho direito por apenas 24 horas. “Usei uma lente de contato por duas semanas, colocada durante a cirurgia para ajudar na cicatrização. Meu olho não inflamou, em pouco tempo eu conseguia olhar a luz sem queixas. Por ter olhos verdes, sempre fui muito sensível à luz do sol”, explica.
“A doença pode ser visível ou silenciosa. Alguns pacientes são assintomáticos, de modo que o problema só é percebido nos exames de rotina. Outros conseguem ver lesões, manchas escuras e até tumorações”, conta a especialista. Irritação ocular, sangramento, acúmulo de secreção e lacrimejamento são alguns dos sintomas que podem acometer um paciente com câncer na superfície ocular.
Entre os fatores de risco para desenvolvimento desse tipo de câncer, destaca-se o tabagismo: pacientes fumantes ou que fumaram há muito tempo têm uma predisposição maior a desenvolver a doença. Além deles, pacientes que sofrem exposição excessiva aos raios ultravioletas, bem como idosos e pacientes imunodeprimidos ou que façam uso de medicação que enfraqueça o sistema imunológico.
“Quando falo que trabalho com oncologia ocular, muita gente me pergunta se não fico deprimida, chorando em casa... Claro que eu sofro junto com meus pacientes, mas o que eu entendo é que um único caso bem sucedido já vale tudo. É impagável", afirma Cecília.
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