Diario de Pernambuco
Busca

Racismo

Tolerância zero para o preconceito também durante o Carnaval

Campanha incentiva a denúncia pelo Disque 100, que recebeu, só no primeiro semestre do ano passado, 213 queixas

Publicado em: 07/02/2018 08:08

Pinturas corporais pretas em referência aos negros e fantasias consideradas desrespeitosas são apenas duas das expressões de racismo recorrentes no carnaval. Para conscientizar os foliões e estimular o respeito à cultura negra, foi lançada ontem a campanha Neste Carnaval Diga não ao Racismo, da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em parceira com a Infraero. Durante os dias de folia, serão distribuídos três mil leques informativos com a frase “só a população negra deve ser protagonista da sua própria cultura e identidade”.  A campanha incentiva a denúncia pelo Disque 100. A plataforma recebeu, só no primeiro semestre do ano passado, 213 denúncias, sendo oito de Pernambuco.

O Recife foi a terceira cidade a receber a iniciativa, lançada durante a Terça Negra, no Pátio de São Pedro, ontem à noite. “É a primeira campanha que iniciamos no carnaval, em função da quantidade crescente de casos de racismo que temos visto. Ao vestir-se de forma caricata e vexatória, você está praticando um crime”, explicou o secretário Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo. 

O racismo é crime previsto na lei 7.716. “Muito da cultura do carnaval, como a comida, as expressões musicais, são de matriz africana. Queremos também estimular um olhar educativo para a festa, fazer as pessoas conhecerem e valorizar essa relação”, acrescentou a assessora da Política de Igualdade Racial de Pernambuco, Marta Almeida. 
 Durante o carnaval, poderão realizar denúncias pessoas que sofererem discriminação ou presenciarem a cena. Além do Disque 100, as queixas podem ser feitas pelo aplicativo Proteja Brasil.  

No Recife Antigo, em frente à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, funcionará das 16h às 22h um posto de educação e denúncias de violações de direitos humanos. Em Olinda, o ponto funcionará das 10h às 16h, no Centro de Referência de Enfrentamento ao Racismo, no Carmo.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL