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Mosquito Apesar da redução de 90% nas notificações de arboviroses, governo intensifica combate ao Aedes Diario inicia série de reportagens sobre o tema

Publicado em: 12/12/2017 07:16 Atualizado em: 12/12/2017 08:14

Apesar da redução de 90% nas notificações de arboviroses, governo intensifica combate ao Aedes. Foto: APF
Apesar da redução de 90% nas notificações de arboviroses, governo intensifica combate ao Aedes. Foto: APF

O ano de 2017 foi marcado por uma redução de 90% nas notificações dos casos de arboviroses - dengue, chikungunya e zika - em relação a 2016. Mesmo com números favoráveis, os órgãos de saúde intensificaram as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Em 2018, as medidas serão reforçadas para que novos surtos não voltem a acontecer. O apoio da população, que deve continuar eliminando possíveis focos de reprodução do mosquito, é fundamental. O Diario inicia hoje uma série de três reportagens sobre o tema.

A redução nos casos pode ser atribuída a um conjunto de fatores, como a mobilização nacional contra as doenças, a escassez de chuvas em algumas regiões, o que desfavorece a proliferação do mosquito, e a proteção natural que as pessoas adquirem ao ter alguma arbovirose em anos anteriores. Segundo o Ministério da Saúde, apesar disso, o cuidado dever ser constante, especialmente em relação à eliminação de locais com água parada e criadouros com mosquito.

“Não podemos baixar a guarda diante de um vetor responsável por várias enfermidades. Por isso, subsidiamos estados e municípios com um reforço financeiro para a intensificação de ações que visam o controle das doenças causadas pelo Aedes aegypti, principalmente no verão, período de maior circulação desse vetor”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

No âmbito estadual, a Secretaria de Saúde vai equipar, a partir do próximo ano, os agentes comunitários com um aplicativo para fornecer, em tempo real, os dados dos imóveis visitados. Hoje, levam-se 20 dias, em média, para que as informações anotadas nas planilhas cheguem ao sistema da secretaria.

“Apesar da redução em relação ao ano passado, não podemos baixar a guarda ou achar que o resultado de 2017 vai se repetir em 2018. Precisamos da ajuda da população nesse combate, pois cerca de 85% dos focos do mosquito estão em residências, prédios comerciais e prédios públicos”, pontua o secretário estadual de Saúde, Iran Costa.

Já as ações de campo para controle do Aedes aegypti são de responsabilidade dos municípios. No caso do Recife, houve redução de 93% dos casos confirmados e 98% dos óbitos por arboviroses, em comparação a 2016. No próximo ano, a capital contará com uma novidade: as brigadas contra o mosquito Aedes aegypti. Serão grupos de pessoas formados em empresas públicas e privadas, capacitados para atuar na prevenção e no controle do vetor. A primeira brigada já entrou em funcionamento no edifício-sede da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo. Outras oito entidades já aderiram à iniciativa.

“É um avanço no trabalho que vem sendo feito e que garantiu resultados significativos. As brigadas vão ajudar muito, porque, além das pessoas e residências, estamos engajando as empresas e repartições públicas”, explica o secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia.

Dever de casa

A dona de casa Lidia Oliveira, 57 anos, é considerada exemplo no combate ao Aedes aegypti no bairro onde mora, o Alto José Bonifácio. Ela faz “patrulhas contra o mosquito” diariamente em casa. Lidia, a filha e o neto, que moram na residência, nunca tiveram dengue, chikungunya ou zika. “Tenho muitas plantas em casa, mas nunca deixo a água acumular nos pratinhos. Troco a água dos cachorros de dois em dois dias e mantenho as caixas d’água e tonéis fechados”.

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