PF Dinamarquesa é extraditada com os dois filhos A Justiça Federal determinou que fosse garantida a segurança e embarque da estrangeira e seus dois filhos em voo internacional com destino à Dinamarca

Publicado em: 09/10/2017 15:43 Atualizado em: 09/10/2017 19:30

Dinamarquesa é extraditada com os dois filhos. Foto: PF/ Divulgação (Dinamarquesa é extraditada com os dois filhos. Foto: PF/ Divulgação)
Dinamarquesa é extraditada com os dois filhos. Foto: PF/ Divulgação

A Polícia Federal detalhou, nesta segunda-feira, o cumprimento da extradição da dinamarquesa Angelina Maalue Avalom Mathiesen, realizada na noite do sábado passado. A Justiça Federal determinou que fosse garantida a segurança e embarque da estrangeira e seus dois filhos em voo internacional com destino à Dinamarca.

O embarque em voo internacional é parte integrante da medida de busca e apreensão das crianças com finalidade de propiciar retorno imediato ao convívio de seus pais na Dinamarca de onde Angelina teria saído ilegalmente em 2016. A Convenção de Haia de 1980, que fundamentou a decisão da Justiça Federal, tem como objetivos assegurar o retorno imediato de crianças ilicitamente transferidas para qualquer Estado Contratante ou nele retidas indevidamente e fazer respeitar de maneira efetiva nos outros Estados Contratantes os direitos de guarda e de visita existentes num Estado Contratante".

O cumprimento da decisão judicial foi coordenado pela Polícia Federal do Pará, com participação da Polícia Federal do Ceará e Pernambuco. Ela estava com suas duas filhas em Belém/PA onde foi localizada pela Polícia Federal e tomou ciência a da decisão judicial da busca e apreensão das crianças. A dinamarquesa juntamente com suas duas filhas embarcou no Aeroporto de Belém, fez escala em Fortaleza e desembarcou no Recife, onde houve a troca da aeronave seguindo, imediatamente, para a Dinamarca.

Angelina e uma amiga dinamarquesa, identificada apenas como Lisbeth, fugiu para o Brasil por se sentir desamparada pela lei da Dinamarca. Partiram de carro pelas estradas da Europa e atravessaram vários países. Lisbeth saiu primeiro, em julho de 2015. Pegou um avião em Viena e passou pela República Dominicana, seguiu até o Peru e, por fim, até o Acre, por onde entrou no Brasil. Já Angelina fugiu depois, em março de 2016. Cruzou o Atlântico até a Guiana e, de lá, por Roraima. Elas se encontraram em Manaus e decidiram vir juntas para Belém. A viagem foi feita de barco e durou cinco dias. As duas decidiram se estabelecer na ilha de Mosqueiro, localizada a 72 km de Belém, um balneário com 28 mil habitantes. Angelina e Lisbeth procuraram uma região da ilha que tivesse pouca gente morando. O refúgio delas foi na praia de Marauh, onde se hospedaram em uma pousada de frente para o rio. Na pousada, elas se identificaram como holandesas, disseram que eram irmãs, e que vieram ao Brasil para escrever um livro.

Angelina estava ilegal no Brasil porque havia ultrapassado o prazo de 45 dias a que ela teria direito como turista. Em dezembro, a Justiça Federal determinou a prisão de Angelina para que ela fosse extraditada. Quando os policiais federais estiveram em Mosqueiro, procurando Angelina, Lisbeth já havia decidido ir embora. Porém, em virtude de sua advogada ter conseguido um habeas corpus no dia 21 de março de 2016 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a prisão de Angelina não foi efetuada na época, até a decisão final da Justiça Federal, baseada na convenção de Haia Angelina com os dois filhos embarcaram para a Dinamarca.

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