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POLÍCIA Quadrilha terceiriza serviços para roubos a bancos no estado São cooptados especialista em explosivos, logística, reconhecimento de área, direção e atiradores. Doze pessoas de sete estados já foram identificadas

Publicado em: 14/09/2017 16:30 Atualizado em:

Foram apreendidos motossera, coletes e material para
explosivos em poder das três mulheres presas no litoral do Cabo. Foto: Polícia Civil/Divulgação (Foram apreendidos motossera, coletes e material para
explosivos em poder das três mulheres presas no litoral do Cabo. Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Foram apreendidos motossera, coletes e material para explosivos em poder das três mulheres presas no litoral do Cabo. Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil de Pernambuco aponta uma modalidade de roubos no estado que vem se tornando cada vez mais comum: a quadrilha terceirizada. De acordo com o delegado do Departamento aos Crimes Patrimoniais (Depatri), Gustavo Godoy, as quadrilhas estão sendo formadas com mão de obra de diversos estados e a partir da capacitação de cada integrante. São cooptados especialista em explosivos, logística, reconhecimento de área, direção, além dos atiradores. Doze pessoas de pelo menos sete estados já foram identificadas em diferentes investidas. Os estados são: Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. Nesta quinta-feira, foram anunciadas as prisões de três mulheres acusadas de fazer parte do quadrilhão.

Duas das mulheres foram identificadas em fotos na praia de Enseada dos Corais, no litoral do Cabo do Santo Agostinho: Abrona Samua Alvez de Melo, 22 anos e Cícera Isabelly Alvez, 21 anos. E em Pontes dos Carvalhos, também no Cabo, Janeide Nazaré dos Santos, 39 anos. De acordo com o delegado, o trabalho das mulheres era fazer o reconhecimento do local para os assaltos e oferecer toda a logística. 

Com elas, a polícia encontrou: cinco coletes à prova de bala, tocas ninjas, 45 cordeis de detonadores explosivos e espoletes para fabricação das bombas, além de 12 tabletes de maconha, uma motosserra, um revólver 38 e dois martelos para furo em concreto. 

Após confessar a participar em pelos dois crimes no estado: as explosões na agência do Banco do Brasil e do Bradesco, em Tamandaré, em maio deste ano, e da explosão da Agência da Caixa Econômica Federal, em Itamaracá, no dia 1º de agosto, elas disseram onde a polícia poderia encontrar uma lancha usada na fuga mar a dentro pelos assaltantes.”Nós já tínhamos visto a lancha, mas não sabíamos onde ela estava. Ela foi localizada na marina próxima ao pedágio da Ponte do Paiva, na praia de Barra de Jangada, em Jaboatão”, explicou o delegado.

Ainda de acordo com a polícia, o líder da quadrilha identificado como Davidson José Alves, 28 anos, foi morto durante uma ação no Pará. “Através de troca de informações das polícias dos estados soubemos que estava prevista uma ação no Pará e a polícia de lá foi alertada e acabou matando o líder do grupo e um outro integrantes, que não terá o nome revelado, por enquanto”, afirmou. De acordo com o delegado, pelo menos duas das mulheres presas têm ligação com o líder morto no Pará. “A Cecília era mulher de Davidson e Janeide era tia dele. Já a Abrona era mulher de programa. As três ajudavam na logística, mas no dia do assalto elas voltam para seus estados, Janeide é de Pernambuco, Cecília da Paraíba e Abrona do Rio Grande do Norte”, explicou Gustavo Godoy. 

Entre o material apreendido, a polícia localizou dois coletes com os nomes da Usina Cucau e o revólver do vigilante da usina roubado na investida ocorrida no dia 26 de agosto, no município de Ipojuca. “Dez dias após o assalto ocorrido no dia 1º de agosto em Tamandaré, nós solitamos algumas medidas cautelares ao juiz da vara de Tamandaré, mas não tivemos respostas. Acreditamos que se as medidas tivessem sido tomadas alguns dos assaltos ocorridos depois poderiam ter sido evitados”,  ressaltou o delegado. Ele disse que o fato das mulheres terem sido presas no litoral do Cabo não significa que havia alguma ação prevista em Enseada dos Corais ou Ponte dos Carvalhos. “Na verdade, a ação estava ocorrendo no Pará. Elas poderiam estar apenas aguardando intruções para os próximos passos”. As três mulheres estão sendo acusadas de tráfico de drogas e explosivos  e de integrar uma organização criminosa armada. Elas foram presas em flagrante e vão aguardar audiência de custódia.


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