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Fundaj Veículos históricos do Museu do Homem do Nordeste em restauro Maquinário exposto no jardim do museu passa por um processo de recuperação com previsão de acabar em outubro

Por: Rosália Vasconcelos

Publicado em: 24/07/2017 07:40 Atualizado em: 24/07/2017 08:44

Veículos históricos do Museu do Homem do Nordeste em restauro. Foto: Fundaj/ Divulgação
Veículos históricos do Museu do Homem do Nordeste em restauro. Foto: Fundaj/ Divulgação

Os quatro veículos em exposição no jardim do Museu do Homem do Nordeste, em Casa Forte, estão recebendo serviços de restauração física e simbólica. Além de recuperar os equipamentos dos processos erosivos, o trabalho pretende fazer um resgate dos materiais originais, da história da fabricação e das primeiras impressões decorrentes da relação humana com os veículos. A previsão é de que as obras sejam entregues em outubro deste ano.

“O resultado desse trabalho será a recuperação de como foram feitas as peças. Estamos buscando as primeiras marcas, manifestações, registros feitos nelas, tentando revelar algumas informações que o processo de oxidação oferece. Esse resgate vai mostrar o contexto em que os veículos estavam inseridos”, explica o conservador restaurador da Estúdio Sarasá, Antonio Sarasá. Uma equipe multidisciplinar de dez pessoas participa do trabalho.

Ele dá como exemplo a jangada. “Quando começamos a lavar, apareceram manchas provocadas pelo atrito do pé do jangadeiro na madeira, que indica o lugar onde ele sentava”, diz Sarasá, que lançou a ideia de fazer esse resgate histórico. Em uma restauração anterior, foi descoberto o letreiro do bonde, revelando qual era sua antiga linha.

Segundo Antonio, a proposta final é de que não sejam mais utilizadas camadas de tintas que apaguem essas marcas, apenas onde for necessário. “Vamos aplicar uma camada de cera protetora, porque esses veículos representam a história da força-motriz de Pernambuco durante dezenas de anos. A recuperação é da volumetria, mas também do papel do ser humano no processo histórico e da relação afetiva desses equipamentos com a população, para que as pessoas se apropriem deles”, justifica o restaurador. Foram investidos R$ 62 mil no trabalho de recuperação.

O trabalho de restauração começou no último mês de maio com o diagnóstico dos reparos que seriam necessários. Atualmente, a locomotiva passa pelo processo de remoção e decapagem do material físico e químico para chegar nos metais originas utilizados na fabricação dos veículos. Antonio Sarasá explica que a leitura desses materiais começa após a etapa da limpeza. “Vamos fazer um relatório fotográfico desse estudo e oficina para que as pessoas possam ter vivência patrimonial”, adianta o restaurador.

A linha do acervo do museu que abriga os transportes tem cinco peças doadas. Uma locomotiva da década de 1940, que pertencia à Usina Santa Terezinha e foi doada em 1967 ao Museu do Açúcar. Um locomóvel, do fim do século 19, um veículo a vapor utilizado como fonte móvel de energia elétrica, vindo da usina paraibana de Santa Rita. Uma jangada, da década de 1970, conhecida por ter feito percurso do Ceará ao Rio de Janeiro, doada pelo Museu Histórico Nacional ao Museu do Homem do Nordeste em 1984. Um bonde da empresa inglesa Pernambuco Tramways and Power Company Limited, que circulava pelo Recife na década de 1910 e fazia a linha do Prado. E uma carruagem que está em comodato ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.

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