Casa Forte Missa lembra sétimo dia de morte do padre Edwaldo

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/07/2017 10:07 Atualizado em: 25/07/2017 11:42

A exemplo das missas de corpo presente celebradas no templo, o culto de hoje também deverá lotar a igreja de fieis, amigos e familiares do religioso.  Foto: Peu Ricardo/ DP
A exemplo das missas de corpo presente celebradas no templo, o culto de hoje também deverá lotar a igreja de fieis, amigos e familiares do religioso. Foto: Peu Ricardo/ DP

Será celebrada às 20h desta terça-feira, na Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Casa Forte, a missa pelo sétimo dia de morte do padre José Edwaldo Gomes. O pároco do bairro há 47 anos faleceu na noite do dia 19 de julho, aos 85 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. A  exemplo das missas de corpo presente celebradas no templo, o culto de hoje também deverá lotar a igreja de fieis, amigos e familiares do religioso.

Uma grande perda para os cristãos de Pernambuco. O religioso estava internado há 27 dias na UTI Coronariana do Hospital Memorial São José. Ele havia dado entrada na unidade no dia 22 de junho com parada cardiorrespiratória e foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva. 

 

Amigo de dom Helder Camara, seguidor da Teologia da Libertação, considerado “pai” de Casa Forte e criador da Festa da Vitória Régia, padre Edwaldo deixou orfã não só a comunidade religiosa para a qual dedicou uma vida de trabalho. A aposentada Paula Lima, 65 anos, encontrada no padre Edwaldo um conselheiro e um amigo. "Conheço ele desde os anos 70 e desde então tinha nele um pai, amigo e professor. Vai deixar saudade, principalmente das brincadeiras porque ele sempre foi muito bem humorado. Fiz questão que ele batizasse minhas três filhas e tinha um convívio diário com ele", conta a voluntária da paróquia.

 
Padre Edwaldo também teve papel destacado durante os momentos de repressão política e, posteriormente, na época de dom José Cardoso Sobrinho à frente da arquidiocese. “Era um pastor libertador,  de uma igreja que não aprisiona as consciências. Dava apoio quando o clero vivia sob uma ditadura eclesiástica”, lembrou a integrante do Grupo de Leigos Igreja Nova Bete Barbosa.

Padre José Edwaldo Gomes nasceu em Barra de Guabiraba, Mata Sul do estado, em 8 de setembro de 1931, filho de José Caetano Gomes e Amara da Silva Gomes. Vindo de uma família simples e numerosa, com 11 irmãos, contou com a ajuda de algumas pessoas, que possibilitaram sua ida e permanência no Seminário Maior Nossa Senhora da Graça, conhecido como Seminário de Olinda. Aos 13 anos, ingressou na escola religiosa, onde realizou quase toda a sua formação para o Ministério Sacerdotal. Apenas no último ano de estudos, seguiu para Paris, onde se especializou em Catequese.
Ordenado a padre em 2 de dezembro de 1956 pelo bispo dom Ricardo Vilela, Edwaldo Gomes exerceu várias funções na Arquidiocese de Olinda e Recife. Antes de ser pároco de Casa Forte, para onde foi designado em dezembro de 1970, foi responsável pela paróquia de São José, no bairro homônimo. Também trabalhou em Casa Amarela e no Sagrada Família.

A primeira missa solene celebrada por ele ocorreu na Matriz de Bonito. Em 8 de setembro de 1973, foi nomeado cônego efetivo do Cabido Metropolitano, mas preferia a nomeclatura de padre. Na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro de Casa Forte, desenvolveu um trabalho assistencial por meio da creche beneficente Menino Jesus, da Casa da Criança Marcelo Asfora, do atendimento a gestantes e aos mais necessitados. A casa é mantida com doações da festa da Vitória Régia, além de doações de féis da comunidade católica.



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