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Vistoria Defesa Civil manda demolir todos os imóveis do terreno onde prédio desabou no Paulista Laudo aponta irregularidades na construção do primeiro andar do prédio cuja laje desabou, matando uma criança e deixando dois adultos feridos.

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/07/2017 10:00 Atualizado em: 25/07/2017 13:17

Defesa Civil manda demolir todos os imóveis do terreno onde imóvel desabou. Foto: Júlio Jacobina/ DP
Defesa Civil manda demolir todos os imóveis do terreno onde imóvel desabou. Foto: Júlio Jacobina/ DP

Todos imóveis construídos no terreno onde um imóvel desabou parcialmente na madrugada desta terça-feira serão demolidos. A informação foi divulgada pela Defesa Civil de Paulista, após vistoria. O laudo aponta irregularidades na construção do primeiro andar do prédio cuja laje desabou, matando uma criança e deixando dois adultos feridos. A Prefeitura ainda não conseguiu contato com o dono do terreno onde estão localizadas uma padaria, uma barbearia e duas residências, na Avenida A, nas imediações do Mercado Popular, bairro de Maranguape II, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Nenhum comércio tinha alvará de funcionamento.

O menino de oito anos, identificado como Mateus Gilberto Ivo do Nascimento, ficou preso nos escombros, chegou a ser resgatado com vida, mas sofreu uma parada cardíaca dentro da ambulância e morreu logo após dar entrada no Hospital Miguel Arraes (HMA).

A mãe dele, Renata Michelli Ivo da Cunha Mendonça, de 25 anos, também ficou soterrada e teve a perna direita amputada. Ela recebeu os primeiro socorros no local e foi está internada no Hospital Miguel Arraes, onde foi submetida a uma cirurgia às 6h30 e continua internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

O outro ferido, o padrasto do garoto, Emerson Mendonça da Silva, de 19 anos, sofreu escoriações pelo corpo e já recebeu alta. A avó dele, a aposentada Amara Maria da Silva, 60 anos, disse que os dois estão casados há um mês no religioso e antes de ontem foi o casamento civil. A familia morava há um mês no primeiro andar e ele tinha uma barbearia no térreo, ao lado da padaria.

Os vizinhos disseram ao Corpo de Bombeiros, que realizou o resgate das vítimas, que o acidente aconteceu por volta das 4h20. A laje do primeiro pavimento do imóvel cedeu. No piso superior, ficava a residência da família atingida e no piso térreo funcionava uma padaria.

Além de seis equipes dos bombeiros, atuaram na ocorrência policiais militares e uma equipe do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Outro caso - No dia 10 de julho, um prédio residencial desabou em Garanhuns,  Agreste de Pernambuco, deixando duas pessoas mortas: o servidor público Antônio Arcoverde, de 27 anos, e o  aposentado Edval Soares da Silva, de 66 anos.

O primeiro corpo encontrado foi de Antônio. Ele era casado com Genicélia Cardoso de Lima, 29, que escapou do desabamento com apenas um corte no braço. A filha do casal, com 20 dias de nascida, não teve ferimentos. Depois de receber pontos no Hospital Regional Dom Moura, a mãe recebeu alta, junto com o bebê. No início da noite, foi encontrado o corpo da segunda vítima, Edval. Ele estava sob uma laje que precisou ser quebrada para facilitar o resgate. Edvaldo estava no térreo do prédio quando voltou para pegar documentos no apartamento dele.

Em 2008, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE) notificou a obra porque era feita sem um engenheiro responsável técnico. Na época, inclusive, houve um desmoronamento em um dos três blocos do condomínio.

O desabamento aconteceu por volta das 6h. Cada bloco tinha três pisos, pilotis e garagem. Havia dois apartamentos por andar, ou seja, seis no total. Todos eram ocupados. Segundo informações repassadas para o Crea, atrás dos blocos também foi construído um muro de arrimo porque a área é íngreme. Essa obra também exige a contratação de um engenheiro. Por isso o órgão vai investigar se uma possível contratação de um profissional após a notificação foi para acompanhar o muro ou a obra dos três prédios do residencial.

O Crea tem a função de verificar se a obra tem profissional habilitado e se a a empresa tem registro no Crea. Enquanto isso, a Polícia Civil vai investigar se houve imperícia ou imprudência na obra ou na manutenção do prédio. Os outros dois blocos estão interditados para vistoria.

Outros moradores escaparam porque começaram a ouvir estalos ainda de madrugada no prédio, localizado na Rua Desembargador João Paes, no bairro de Aluísio Pinto. Apenas a família do bebê não teria acordado. Já o economista José Tavares disse ter escapado porque fez uma viagem não planejada para a Bahia, onde foi visitar o sogro e a sogra.



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