Caso Gisely Advogada negocia apresentação de empresário e diz que tiro foi acidental

Publicado em: 20/07/2017 11:48 Atualizado em: 20/07/2017 17:26

Compareceu na manhã desta quinta-feira à Delegacia do Espinheiro, na Zona Norte do Recife, a advogada do empresário Wilson Campos de Almeida Neto. Silvana Duarte, procurou o delegado Breno Maia, responsável pela investigação, para negociar a apresentação espontânea do cliente, que deve acontecer a qualquer momento, tendo como prazo final a próxima sexta-feira.

O empresário é apontado pela polícia como principal suspeito de matar a ex-secretária e companheira Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos. De acordo com a advogada, Wilson alega que o tiro que atingiu Gisely na cabeça foi acidental, motivado pelo excesso de bebida que havia consumido durante a comemoração de aniversário da vítima.

O corpo de Gisely foi sepultado na manhã desta quinta-feira, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. O crime aconteceu na madrugada desta quarta-feira no apartamento 404 do Edifício Praça do Rosarinho Prince, onde há pelo menos seis meses morava com o empresário de 41 anos. Na madrugada de ontem, o casal encontrou-se no local pela última vez. Imagens do sistema de segurança mostram os dois entrando no condomínio por volta das 2h. Meia hora depois, Wilson deixa o prédio no bairro do Rosarinho, sozinho, em um carro. Enquanto o empresário partia, o corpo de Gisely estava no box do banheiro, despido e com um tiro na cabeça. Wilson é o principal suspeito do crime e ainda não foi localizado pela polícia ou se apresentado.

Horas antes do crime, o casal estava comemorando o aniversário de Gisely. O crime foi descoberto quando uma prima de Wilson ligou para a polícia. Ele próprio fez contato com a parente para falar sobre um suposto “acidente” no apartamento. A ligação para a prima somente aconteceu após ele deixar o prédio, entre 2h30 e 3h.

O chefe de Polícia Civil, Joselito Amaral, disse que a principal linha de investigação é a de homicídio. As primeiras investigações apontam que o suspeito deixou o imóvel levando roupas e a arma usada no crime, supostamente um revólver calibre 38. A polícia também estranhou o fato de não haver qualquer documento de identificação de Gisely no imóvel. Uma advogada de Wilson já fez contato com a polícia.

Há um mês, testemunhas disseram ter visto uma mulher em uma caminhonete parada em frente ao edifício agredindo verbalmente o casal. Wilson passou mais de 20 anos casado e está em processo de separação com a mulher com quem tem quatro filhos. Segundo a polícia, a vítima trabalhou como secretária na empresa do suspeito, a Promultt Distribuidora e Comércio de Produtos de Higiene.

Familiares de Gisely estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML), na tarde de ontem, mas evitaram falar com a imprensa. Gisely deixou um filho menor de idade.

Essa não foi a primeira vez que Wilson teve seu nome envolvido com problemas na polícia. Em maio deste ano, ele foi autuado em flagrante, na Delegacia do Espinheiro, por disparar uma pistola dentro da garagem do mesmo condomínio, após denúncia do síndico. Joselito Amaral disse que a arma foi apreendida pela polícia.

Ontem à noite, peritos do Instituto de Criminalística voltaram ao apartamento para fazer uma perícia mais detalhada com o uso de luminol, substância que detecta presença de sangue. O imóvel estava arrumado e não aparentava ter sido limpo após o crime. Os peritos solicitaram ao IML exame residuográfico nas mãos de Gisely para ter certeza e afastar a possibildiade de "acidente". Independentemente da apresentação ou não do suspeito, a polícia vai pedir a prisão preventiva de Wilson Campos de Almeida Neto.



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