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Polícia Adolescente torturada em Santo Amaro já está em Programa de Proteção à Testemunha A garota recebeu alta no final da manhã desta quarta-feira do Hospital da Restauração

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 22/03/2017 22:20 Atualizado em:

A adolescente de 17 anos que foi agredida, torturada e obrigada a fugir nua da Comunidade da Ilha, em Santo Amaro, Região Centro do Recife, na noite da última segunda-feira, já foi incluída no Programa de Proteção à Testemunha. Segundo o delegado da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios, Diego Cavalcanti de Albuquerque Acioli Lins, após prestar depoimento, a adolescente seguiu para exames e para a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH-PE).

"A gente ofereceu (a inclusão no programa) e ela aceitou", relatou o delegado Diego Acioli. “Às 19h30, o agente informou que a deixou na Secretaria, onde seria encaminhada a inclusão (no Programa de Proteção à Testemunha)", disse o delegado Diego Acioli. Às 21h45, o secretário executivo de Direitos Humanos da SJDH, Eduardo Figueiredo, confirmou que a adolescente já foi acolhida pelo sistema.a

A garota recebeu alta no final da manhã desta quarta-feira do Hospital da Restauração (HR), no Derby, onde foi internada na emergência na noite da segunda após ter as duas pernas quebradas e os braços fraturados. Nesta tarde, prestou depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, Região Oeste da Capital.

Ainda segundo o delegado Diego Acioli, a adolescente estava bastante assustada, mas estava em condições de reconhecer os acusados de espancá-la. No depoimento, relatou que foi obrigada a tirar a roupa e, em seguida, começou a ser agredida fisicamente. Um vídeo que circulou no WhatsApp da comunidade mostra a adolescente sangrando e com os cabelos sendo cortados pelos agressores, que atiram pedras e pedaços de madeira contra ela. Depois, ordenaram que deixasse a comunidade e, então, ela aparece correndo nua pelas ruas, enquanto dois homens a atingem com um pedaço de madeira.

Para o delegado Diego Acioli, a adolescente teria sido vítima de um boato que atribuía a ela o fornecimento de informações para quadrilhas rivais envolvidas com o tráfico de drogas na área onde residia. "Ela se mudou, recentemente, de uma outra comunidade, também localizada em Santo Amaro, para a comunidade da Ilha. Quando chegou, ficaram dizendo que estava dando informações para o comando do tráfico da outra comunidade, mas ela diz que nunca se envolveu com os dois grupos", disse o delegado.

O delegado informou que tenta identificar os homens que aparecem nas imagens do vídeo divulgado pelo WhatsApp do grupo da comunidade. "Dois homens aparecem mascarados, mas há duas pessoas de cara lavada", acrescentou. A identidade da vítima não foi divulgada em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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