Polícia Pedestres dizem que ponte de onde musicista foi jogada é perigosa Criminosos agrediram a vítima com um objeto não identificado e a empurraram em uma área de mangue às margens do Rio Capibaribe

Por: Anamaria Nascimento

Publicado em: 20/02/2017 19:26 Atualizado em: 20/02/2017 19:56

Parte da ponte de onde violoncelista foi jogada está danificada. Foto: Nando Chiappetta/DP.
Parte da ponte de onde violoncelista foi jogada está danificada. Foto: Nando Chiappetta/DP.
A musicista de 21 anos que foi jogada de uma altura de aproximadamente 1,5 metro durante uma tentativa de assalto na Ponte de Afogados, na tarde do último domingo, recebeu alta do Hospital da Restauração (HR). Violoncelista que tocou na Orquestra Criança Cidadã, Bianca de Cássia Saturnino dos Santos foi liberada nesta segunda-feira da unidade de saúde após passar por uma série de exames. A vítima acredita que foi jogada da ponte, que liga a Rua Imperial ao Largo da Paz, na Zona Oeste do Recife, porque os assaltantes ficaram com raiva por ela não ter nenhum objeto de valor durante a investida.

Por volta das 16h, dois criminosos agrediram a vítima com um objeto não identificado e empurraram a musicista numa área de mangue às margens do Rio Capibaribe. “Eu estava sozinha, e eles vieram por trás, seguraram a minha mão e pediram o celular. Quando eu disse que não tinha, bateram na minha cabeça com algo que não consegui ver, mas que era muito duro. Tentei segurar na camisa de um deles, mas o outro me deu um chute na barriga e eu cai nessa parte sem proteção”, relatou Bianca. Ela caiu de uma parte da ponte que está sem o parapeito. Sobre a estrutura danificada, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) respondeu que a ponte foi vandalizada e informou que irá realizar um levantamento para programar o reparo.

A violoncelista ficou inconsciente e passou algumas horas sem sentir a perna esquerda. “Não lembro de muita coisa depois que cai. Alguém me viu ali e chamou a polícia e o Samu. Só recordo de já estar na ponte, recebendo os primeiros socorros”, contou. Quando chegou ao Hospital da Restauração, no Derby, área central do Recife, passou por exames de tomografia e raio x. Os exames indicaram uma luxação da vértebra lombar. “Retomei os movimentos da perna esquerda e já estou andando. Com dor, mas andando. As costas ainda doem muito, mas estou bem”, disse. Nenhum suspeito foi preso.

Área perigosa
Pedestres que precisam passar pela Ponte de Afogados para chegar ao Largo da Paz ou ir para a Rua Imperial se queixam da falta de segurança na área. Segundo um borracheiro que trabalha nas proximidades e não quis se identificar, as investidas criminosas são constantes no local. “Os ladrões não se importam se é dia ou noite e assaltam mesmo por aqui”, afirmou. Já a dona de casa Maria José da Silva, 67, criticou a falta de segurança também na estrutura da ponte. “Passo com muito cuidado e com medo, pois a ponte está quebrada. Além disso, tem os assaltos”, disse.  

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