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Polícia Universitária denuncia tentativa de estupro na Avenida Caxangá Caso aconteceu na última terça, no bairro da Iputinga, e a vítima fez um boletim de ocorrência na Delegacia do Cordeiro

Por: Adaíra Sene

Publicado em: 20/10/2016 17:00 Atualizado em: 20/10/2016 20:41

Uma estudante do curso de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sofreu uma tentativa de estupro ao descer de um ônibus na Avenida Caxangá, na Zona Oeste do Recife, na última terça-feira. A jovem de 22 anos conta que, por volta das 22h15, ela pediu parada no bairro da Iputinga e o motorista do ônibus que faz a linha CDU/Caxangá/Boa Viagem, da empresa Borborema, não parou. No ponto seguinte, ela conseguiu descer e foi quando os problemas tiveram início.

"Tinha um homem na parada. Ele ficou me chamando, mas, como eu não o conhecia, tirei a vista. Então ele veio pra cima de mim dizendo coisas que queria fazer comigo, me abusar, me puxou pelo braço e tentou me arrastar com ele. Eu saí correndo e ele me segurou puxando meus cabelos", lembra a universitária. Resistindo à violência, ela conseguiu atravessar a Avenida Caxangá e correr para uma Estação de BRT. "Sempre tem muita gente nessas estações e ele se afastou. Ficou na esquina me esperando, mas consegui pedir ajudar para o segurança de uma pizzaria. Quando ele me viu com o rapaz, foi embora".

As marcas da agressão permanecem na jovem. Dois dias depois da tentativa de abuso, ela está no hospital com lesão nas costas e no pescoço. Assustada, ligou para o 190 para pedir ajuda ainda na terça, ao chegar em casa, e deu a descrição do suspeito: um homem de aproximadamente 1,70m, cabelo grisalho e quase raspado. No dia do abuso, ele trajava uma camiseta do Sport e uma bermuda verde e roxo. "Estava escuro e só consegui ver o rosto e a roupa. Nunca tinha visto pela área e prefiro nunca mais ver".

Além de ter ligado para o 190, a universitária procurou a Delegacia do Cordeiro, na quarta-feira, e registrou um boletim de ocorrência sobre a tentativa de estupro doloso. Também adiantou que vai procurar o Grande Recife Consórcio de Transporte para registrar uma queixa contra a empresa, considerando que, após as 22h, os motoristas têm que deixar os passageiros em área segura e não recusar um pedido de parada como foi feito.

Descaso com as denúncias

A equipe de reportagem entrou em contato com a Delegacia do Cordeiro, onde a queixa foi registrada, para saber o andamento das investigações. No entanto, um dos policiais adiantou que a vítima não deveria se limitar a registrar a ocorrência. "A delegacia abre cedo. Imagina se a gente fosse investigar todo boletim de ocorrência que é registrado. Se ela quiser que o caso seja investigado, tem que vir aqui e provocar a polícia. Pedir para falar com o delegado, apresentar a história dela para que alguém faça alguma coisa. Se ela só registrar um boletim, não vamos fazer nada. Mas a gente já vai parar a partir de amanhã, então já sabe", informou o policial, que preferiu não se identificar, referindo-se à greve dos policiais. O delegado João Godoy é o titular da Delegacia do Cordeiro, mas não estava no local e não foi localizado através do celular funcional.

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