Julgamento Tia de Mysheva reforça acusação contra José Maria Rosendo Filho de Rosendo, acusado de ser o mandante do crime, garante que conversas entre ele e o promotor eram amigáveis

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 25/10/2016 10:41 Atualizado em: 25/10/2016 11:37

O julgamento de três dos quatro acusados de assassinar o promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, recomeçou por volta das 10h desta terça-feira com o depoimento da segunda testemunha de acusação, Cláudia Tenório Freire de Melo, tia de Mysheva Freire Ferrão Martins, que era noiva da vítima e primeira inventariante da Fazenda Nova. Em depoimento, Cláudia disse que antes de seguir para o enterro do promotor, em Paulista, ouviu de um homem identificado apenas como "Bilisco", conhecido da familia, que teria ouvido de José Maria Rosendo, um dos réus no processo, dizer que iria "estourar a cabeca do promotor". A testemunha disse ainda ter ouvido comentários de que Rosendo era violento.

Em seguida, teve início o depoimento do inventariante Carlos Ubirajara, que teria colocado José Maria Rosendo para morar na casa da Fazenda Nova, imóvel apontado como motivo de disputa e motivação do crime. Ao todo, devem ser ouvidas cinco testemunhas de defesa dos réus.

Antes de ter início a sessão, Leandro Ubirajara, filho de José Maria Rosendo, acusado de ser o mandante do crime, falou com a imprensa e disse que as conversas do pai com o promotor sempre foram amigáveis, ao contrário do que Mysheva falou em depoimento. "A gente mora em um interior violento. A família dela é conhecida. Não estamos aqui para apontar, mas para dizer que meu pai não é o mandante", reforçou Leandro, que é advogado e também atua no processo como ajudante da defesa. Já o procurador federal Fabrício Carrer disse que a acusação espera que a defesa ataque o promotor. "É natural como estratégia de defesa imputar a responsabilidade para a vítima", adiantou.

Os desentendimentos envolvendo o casal e Rosendo começaram após Mysheva adquirir em leilão 32 hectares da Fazenda Nova, onde estava incluída a casa onde vivia o réu com a família. Rosendo passou a morar no imóvel após ser chamado pelo cunhado e também inventariante no processo de divisão dos 1,8 mil hectares da terra, Carlos Ubirajara. Para fazer a compra, Mysheva diz ter feito um empréstimo em um banco. Um dos lucros de Rosendo vinha das fontes de água. Por dia, ele vendia cerca de oito carros-pipa por R$ 200 cada. As ameaças eram feitas ao promotor, disse ela, através de funcionários de Rosendo.

O assassinato aconteceu em 14 de outubro de 2013, último dia de trabalho do promotor em Itaíba, no KM 19 da PE-300, em Águas Belas. Ele foi removido compulsoriamente para Jupi após alegar ser suspeito para julgar 14 processos de improbidade administrativa no município envolvendo parentes da noiva. No dia do crime, além do casal, estava no carro o tio dela, Adautivo Elias Martins. Ambos estão como vítimas de tentativa de homicídio no processo. Quatro pessoas estão presas pelo crime - Rosendo, José Maria Domingos Cavalcante, Adeíldo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva - e uma está foragida, Antônio Cavalcante Filho.


Com informações da repórter Marcionila Teixeira          



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