Janderson Defesa pede revogação da prisão do pai de Júlia Alencar Engenheiro Janderson Alencar vai responder na justiça por ter levado a filha da casa da mãe e pode pegar de dois a seis anos de reclusão

Por: Wagner Oliveira - Diario de Pernambuco

Publicado em: 02/08/2016 09:02 Atualizado em: 02/08/2016 09:15

O advogado Jairo Cavalcanti, que atua na defesa do engenheiro Janderson Rodrigo Salgado de Alencar, 29 anos, solicitou à Justiça a revogação da prisão do seu cliente, na última sexta-feira. Também na sexta-feira, a delegada Gleide Ângelo, que investigou o desaparecimento de Janderson e da filha Júlia Alencar, enviou o inquérito à Justiça no qual ele foi indiciado.

O engenheiro irá responder com base no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente por ter levado a filha da casa da mãe, que tinha a guarda provisória da menina Júlia Alencar. Janderson está preso no Cotel desde o dia 25 deste mês, caso condenado pode pegar de dois a seis anos de reclusão. Ele e a criança foram encontrados no estado do Amapá, depois de 13 dias fugindo da polícia. Júlia, de um ano e dez meses, voltou para a casa da mãe na semana passada.

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O engenheiro desapareceu com a filha no último dia 10 descumprindo uma ordem judicial e percorreu cinco estados com o intuito de sair do país com a pequena. Eles passaram pelo Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Pará e foram localizados no Amapá no dia 23.

O inquérito foi concluído e o caso foi encaminhado à Justiça na sexta-feira. O pai foi indiciado pelo Art. 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente: "subtrair criança ou adolescente ao poder de quem tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial com o fim de colocação em lar substituto". A pena varia de dois a seis anos de reclusão. Desde a prisão no Amapá, Janderson está no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

A criança passou por uma bateria de exames ao voltar para os braços da mãe devido ao cansaço e a bruta fuga do lar. De acordo com a Polícia Civil, os laudos só apontaram lesões causadas por insetos.

Segundo a polícia, Janderson deixou o Recife no mesmo dia em que pegou Júlia na casa da mãe dela. “Ele pegou a menina às 9h e às 11h já estava dentro do ônibus indo embora para Natal. No dia 14 ele saiu de Natal e foi para Mossoró e depois seguiu para Fortaleza. Daí em diante foi para os estados do Norte. As viagens eram muito longas e a criança ficou muito cansada. Depois que chegou a São Luís, no Maranhão, ele passou a se locomover de táxi e depois de barco. Somente a um taxista ele pagou R$ 1,8 mil”, revelou Gleide Ângelo. Ao todo, pai e filha percorreram 3,5 mil km e pararam em nove cidades de cinco estados.

À polícia, Janderson negou que tivesse feito um saque bancário no valor de R$ 400 mil, como apurado pela investigação inicialmente. “Encontramos R$ 26,6 mil com ele. Janderson também falou que tirou uma quantia de R$ 150 mil há dois meses e que teria gasto grande parte numa viagem internacional. Disse que quando fugiu com Júlia estava com R$ 40 mil”, explicou a delegada.



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