Publicado em: 30/06/2016 17:30 Atualizado em: 30/06/2016 19:45
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| Estudantes reclamam que, nos piores dias, chegam a passar até duas horas dentro de um ônibus para atravessar a avenida. Foto: Júlio Jacobina/ DP |
Alunos da Escola Estadual Desembargador Renato Fonseca, em Jardim Brasil I, Olinda, fizeram um vídeo para denunciar um problema que persiste na cidade: o caos da Avenida Presidente Kennedy. Asfalto danificado, buracos enormes e tráfego lento já são características conhecidas da via, uma das mais importantes da cidade e um dos principais corredores de transporte público do município. Revoltados com a insegurança da avenida e com os atrasos que enfrentam diariamente na locomoção para a escola - assim como os funcionários -, os estudantes do terceiro ano resolveram denunciar a situação e cobrar uma resposta da Prefeitura de Olinda.
A ideia de gravar um vídeo ouvindo comerciantes e moradores do entorno da Avenida Presidente Kennedy veio do estudante Jeovani Cipriano, de 17 anos. “Nos piores dias passamos até duas horas dentro de um ônibus para passar pela avenida e acabamos nos atrasando, tanto alunos quanto funcionários da escola. As vezes parece que o ônibus vai virar, de tanto que balança”, relatou o estudante, que vai tentar uma vaga no curso de jornalismo no vestibular.
Além de Jeovani, outros dois estudantes, também do terceiro ano, assinam o projeto: Marcelo José, 20 anos, e Pablo Gutemberg, 18. O vídeo, que tem quatro minutos de duração, foi publicado nesta quarta-feira, no canal do jornal da escola no Youtube, e reúne depoimentos de comerciantes e pessoas que circulam pela avenida, que relatam suas experiências com os problemas do local. “É um problema tão antigo e a gente, que está todo dia, fica na expectativa de uma melhora que nunca aconteceu”, lamentou Marcelo José. 
Jeovani, Marcelo e Pablo gravaram o vídeo com depoimentos de comerciantes e moradores e esperam resposta da prefeitura. Foto: Júlio Jacobina/DP
A produção contou também com a colaboração da bibliotecária da escola, a professora Jorgecy Cabral, que compartilha da revolta pela situação da avenida e defende o fortalecimento do sentimento de cidadania nos alunos. “Sabemos que é um problema estrutural, mas é revoltante que, em tantos anos, tudo tenha sido paliativo”, reclamou, explicando ainda como os problemas de drenagem influenciam no funcionamento da escola. “Na última chuva, ficaram 60 cm de água na biblioteca, perdemos muitos livros. Sempre acontece e muitas vezes temos que cancelar as aulas”, contou.
Após a publicação do vídeo os estudantes esperam uma resposta da Prefeitura de Olinda, que deve recebê-los na próxima segunda-feira. O Diario conversou com o secretário de Serviços Públicos do município, Manoel Sátiro. O gestor frisou que, em meados de 2012, a avenida passou por uma requalificação e que os problemas atuais são bem menores que os enfrentados então pela Presidente Kennedy. “O que temos hoje são problemas pontuais, que identificamos e fazemos a manutenção, como no caso do Centro da Moda”, explicou o secretário, que pontuou outras dificuldades em resolver os problemas definitivamente.
“Neste momento estamos com um problema por causa da chuva. As equipes não foram nessa semana porque estava chovendo. Hoje eles foram e quando chegaram não puderam trabalhar porque começou a chover. Além disso, tudo tem que ser feito de forma que não interrompa o trânsito, porque 100 mil carros passam ali todos os dias”, explicou Sátiro, que também atribuiu obras em andamento da Compesa a dificuldade de requalificar o asfalto em algumas partes da via.
