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Zona Sul Postos salva-vidas são alvos de vândalos Corpo de Bombeiro está investindo R$ 30 mil na recuperação dos espaços que foram depredados ao longo da orla de Boa Viagem

Publicado em: 28/06/2016 07:28 Atualizado em: 28/06/2016 09:45

Inaugurados em 2013 ao custo de R$ 4 milhões, os postos agora demandam mais dinheiro público para conter os estragos. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP
Inaugurados em 2013 ao custo de R$ 4 milhões, os postos agora demandam mais dinheiro público para conter os estragos. Foto: Peu Ricardo/Esp. DP

Instalados ao longo da orla de Boa Viagem e do Pina, Zona Sul do Recife, os postos integrados de salvamento que deveriam ajudar a cuidar da segurança dos frequentadores da praia se transformaram em pontos de uso de drogas e prostituição. A pior situação é a dos que ficam no bairro do Pina, de números 2 e 3. Em um deles, foi possível encontrar, no último final de semana, muitas camisinhas, cola, resquícios de uso de crack, latas de cerveja, lençóis e mochilas, além das pichações internas, das câmeras de segurança arrancadas e das vidraças quebradas. Inaugurados em 2013 ao custo de R$ 4 milhões, os postos agora demandam mais dinheiro público para conter os estragos da depredação.

O Corpo de Bombeiros, responsável pelos equipamentos desde o mês passado, precisou investir R$ 30 mil para a recuperação dos espaços. Os equipamentos eram de administração da Secretaria de Defesa Social, mas como eram usados quase que exclusivamente pelo Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar), passaram à responsabilidade dos bombeiros.

Atualmente, dos dez postos, cinco funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Os dez só funcionam nos finais de semana e feriados, quando aumenta a demanda da praia. Um bombeiro (nome preservado) contatado pela equipe do Diario relatou que não são raras as ocasiões em que os profissionais chegam para trabalhar e se deparam com a utilização indevida dos espaços. “Muitas vezes chegamos e encontramos usuários de drogas, pessoas fazendo sexo e precisamos esperar para entrar. Nosso maior medo é acabar completamente com esses postos e termos que trabalhar no sol e sem a visibilidade proporcionada por eles”, afirmou o bombeiro.

De acordo com o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Cunha, a corporação tem conhecimento dos problemas, tanto que decidiu retirar as escadas fixas de sete dos dez postos, evitando assim a utilização irregular dos locais. Os bombeiros passaram a trabalhar com escadas móveis, instaladas somente durante o expediente. A medida teria causado a revolta daqueles que usam os espaços para consumir drogas. “À noite é quando temos problemas. Para subir naqueles postos sem escadas é preciso estar determinado a fazer o mal, porque é muito difícil. Quando retiramos as escadas, as pessoas jogaram pedras em todos os vidros”, lamentou Cunha.

No entanto, o coronel Manoel Cunha ressaltou que o objetivo principal dos equipamentos foi atingido. “Foram criados para o serviço de guarda-vidas, com relação aos afogamentos e entrada proibida no mar em locais onde pode haver ataques de tubarão. O resultado é muito bom. Os números de ocorrências são decrescentes”, destacou. Ainda segundo o coronel, a Polícia Militar realiza rondas na praia durante a noite, mas existe a dificuldade de flagrar a depredação dos postos. Manoel Cunha enfatizou que a população pode denunciar os crimes por meio do 190.

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