Cais do Apolo Famílias retiradas de ocupação protestam por moradia em frente à prefeitura Moradores voltaram a ocupar a área e fecharam a BR-101 Sul nos dois sentidos na manhã de hoje

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/05/2016 13:37 Atualizado em: 27/05/2016 14:11

Famílias que ocuparam a área, pertencente a uma construtora, alegam não ter para onde ir. Foto: Max Felipe/Esp DP
Famílias que ocuparam a área, pertencente a uma construtora, alegam não ter para onde ir. Foto: Max Felipe/Esp DP

As famílias da ocupação Água Milagrosa, retirados nesta quinta-feira do terreno localizado às margens da BR-101 Sul, no bairro do Ibura, no Recife, realizam esta tarde um protesto em frente à Prefeitura do Recife, na Avenida Cais do Apolo.

Na noite de ontem, os moradores voltaram a ocupar a área e fecharam a BR-101 Sul nos dois sentidos, com entulhos queimados, como também aconteceu na manhã de hoje. Polícia Militar foi acionada e enviou uma equipe ao local para conter a manifestação. Houve disparos de balas de borracha e de bombas de efeito moral. O clima ficou tenso, na altura da fábrica da Karne e Keijo. Após o confronto, algumas famílias permaneceram na área e outras deixaram o terreno, seguindo para a sede da administração municipal para cobrar uma alternativa de moradia. A maioria alega não ter para onde ir.

Na manhã de quinta-feira, policiais do 12º Batalhão cumpriram a ordem de reintegração de posse, retirando cerca de 800 famílias, que chegaram a resistir em deixar os barracos da ocupação, mas terminaram saindo depois que a PM ameaçou usar a força policial. Foi dado um prazo até o meio-dia para que os moradores saíssem da área espontaneamente. Por volta das 10h, grande parte das famílias já havia desmontado seus barracos e começado a sair do terreno, pertencente à Construtora Romarco. Dois caminhões foram deslocados para a localidade para ajudar na remoção das famílias, que alegaram não terem para onde ir.

A ocupação, conhecida como Água Milagrosa, pela sua proximidade com a comunidade dos Milagres, existia no local há cerca de quatro meses. “Nós não recebemos nenhum aviso formal, não vi nenhuma ordem de despejo. Acordamos hoje com a Polícia Militar na nossa porta”, contou a dona de casa Joseleide Santos, que vive com mais quatro pessoas na ocupação, que surgiu no sábado de carnaval.

Segundo os moradores, além das 800 famílias credenciadas na ocupação, havia ainda uma quantidade de moradores não contabilizados, o que totalizaria mais de mil famílias na área. Procurada pelo Diario, a Secretaria de Habitação do Recife disse que as famílias não teriam direito ao auxílio-moradia por se tratar de uma área privada.



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