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Morros Sensores vão monitorar barreiras no Ibura Locais serão escolhidos de acordo com histórico de desabamentos e proximidade entre casas e barreiras

Por: Thamires Oliveira

Publicado em: 28/04/2016 07:26 Atualizado em: 28/04/2016 07:30

Os morros da Lagoa Encantada, no bairro do Ibura, ganharão um sistema de sensores capazes de prever o risco de desabamentos das encostas. O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Ambientais (Cemadem) já iniciou a demarcação das barreiras onde serão instalados os 100 aparelhos, denominados de primas (sistema de espelhos), em várias ruas da comunidade, em um raio de 2,5 quilômetros.


Os locais onde serão instalados os equipamentos vão ser escolhidos de acordo com o histórico de desabamentos, a proximidade entre as casas e as barreiras, a necessidade de lonas e a viabilidade do local. “O principal ator da ação é a população. Precisamos da colaboração dos moradores para preservar o equipamento”, reforçou Rodolfo Mendes, pesquisador do Cemadem/MCTI.
Próximo à casa de Maria das Neves, 62 anos, foram demarcados dez pontos que receberão os prismas. Moradora de Lagoa Encantada há 32 anos, a enfermeira já presenciou vários deslizamentos de encostas nos arredores da casa onde mora. “As vezes nem percebemos que vai desabar, de uma hora pra outra já caiu. Esse trabalho de prevenção é importante”, afirmou.

 

O equipamento de pesquisa experimental irá distinguir as alterações naturais do solo que implicam risco. A Estação Total, instalada em cima da caixa d’água da Escola Estadual Lagoa Encantada, na Rua Dr. Moacir Sales, no Ibura, emite um feixe de luz infravermelha que reflete nos prismas – ou sistemas de espelhos – instalados nas paredes das casas ou sobre pequenos postes de 1,5 metro de altura nas encostas de morros de cada município. O sistema consegue detectar deslocamentos a partir de um milímetro no solo e enviam as informações para a Estação Total Robotizada da Cemadem.

 

Cada ETR monitora as encostas em 360 graus e consegue registrar não apenas a dimensão dos deslocamentos do solo, mas também a taxa de aceleração. Com esses dados são definidos os limiares de risco e a iminência de um deslizamento, que pode ter o risco classificado de um a quatro, sendo quatro considerado de alto risco e necessário a imediata remoção do local.

 

Além dos prismas, a Defesa Civil acompanha as áreas de risco através de 25 pluviômetros automáticos, radares e previsão meteorológica. “É uma ferramenta que vem somar para a prevenção e se junta a outras ações já realizadas”, afirmou o pesquisador Rodolfo Mendes, que enfatizou a necessidade do trabalho de sensibilização dos moradores, realizado porta a porta pela Defesa Civil durante todo o ano. Segundo ele, após a instalação dos prismas, serão colocados os sensores de umidade do solo.


A Defesa Civil disponibiliza o telefone 0800 081 3400 para atendimento gratuito.



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