Diario de Pernambuco
Busca
Saindo do papel Projeto da Via Parque é aprovado pela URB e deve ter obras autorizadas pela Caixa Com 950 metros de extensão na Beira-Rio, a via está orçada em R$ 22 milhões e prevê pavimentação, plano de drenagem e iluminação

Por: Rosália Vasconcelos

Publicado em: 13/02/2016 07:57 Atualizado em: 13/02/2016 08:08

Prefeitura defende que projeto não é apenas viário, mas uma articulação de espaços públicos, que vai priorizar a mobilidade não motorizada. Foto: Paulo Paiva/DP
Prefeitura defende que projeto não é apenas viário, mas uma articulação de espaços públicos, que vai priorizar a mobilidade não motorizada. Foto: Paulo Paiva/DP
 

Após seis anos de discussões e três projetos básicos modificados, a Via Parque, como foi rebatizado o trecho entre a Ponte da Capunga e a Ponte da Torre, nas Graças, deve começar a sair do papel ainda neste semestre. O projeto executivo foi aprovado pela Empresa de Urbanização do Recife (URB) e será enviado à Caixa Econômica nesta segunda-feira para a autorização das obras com recursos do PAC Mobilidade. Após receber o projeto executivo, a CEF tem 40 dias para analisar o documento. Passado esse prazo, a Prefeitura do Recife poderá realizar o processo licitatório e escolher a empresa executora das obras que vão requalificar as margens do Rio Capibaribe e oferecer um novo esquema de mobilidade para o bairro das Graças.

A obra de infraestrutura dos 950 metros da Via Parque está orçada em R$ 22 milhões e prevê, além da pavimentação, plano de drenagem, iluminação e arborização. Hoje, a área serve para depósito de lixo, estacionamento e há muitas construções irregulares avançando dentro do rio. O secretário executivo de unidades protegidas da Secretaria de Meio Ambiente da PCR, Romero Pereira, disse que a previsão é de que a medição do terreno comece na primeira semana de junho.

A Via Parque será o primeiro trecho do Parque Capibaribe a ser implementado. O projeto básico foi elaborado pela Universidade Federal de Pernambuco, através do grupo de pesquisa Inovação e Pesquisa Para as Cidades (InCiti), e em consonância com os apelos da Associação de Moradores Por Amor às Graças.

“Esse projeto novo não é apenas viário. É uma articulação de espaços públicos, que vai priorizar a mobilidade não motorizada, trazer mais verde às ruas adjacentes e implantar estruturas de contemplação e valorização do rio, como os mirantes.
Queríamos que a via fosse mais que um espaço de trânsito-travessia”, explicou uma das coordenadoras do InCiti, Circe Monteiro. Na próxima terça-feira, o projeto executivo completo será apresentado aos moradores das Graças. Segundo Circe, a expectativa é de que a abertura da Via Parque possa também transformar edificações antigas, hoje abandonadas, em cafés, restaurantes e outros espaços de convivência, já que não há previsão de desapropriações.

A Via Parque é composta de uma pista de rolamento de 4,5 metros, em sentido único Ponte da Capunga/Ponte da Torre, a ser compartilhada entre veículos motorizados e bicicletas. O trecho segregado será destinado aos pedestres. Entre a Rua Dom Sebastião Leme e a Avenida Manuel de Almeida não terá acesso para carros e os motoristas terão que fazer o contorno pela Rua das Graças para chegar à Rua Amélia. “Vamos ampliar o acesso ao bairro das Graças e transformar as ruas das Graças e das Pernambucanas em ruas-parque. A proposta é que, na medida em que as pessoas sintam as ruas menos hostis, possam se sentir convidadas a andar pelo bairro a pé e de bicicleta disse a pesquisadora do InCiti, Marta Roca. O primeiro projeto básico foi elaborado pela própria prefeitura e previa a abertura de quatro vias expressas no trecho entre a Ponte da Torre e da Capunga.



MAIS NOTÍCIAS DO CANAL