Nazaré da Mata Aedes e a força do maracatu O encontro ocorre sempre na segunda-feira de carnaval, na cidade que é conhecida como a capital dos maracatus

Por: Warner Bento Filho

Publicado em: 09/02/2016 09:23 Atualizado em:

Os males do mosquito Aedes aegypti entraram no universo poético das manifestações folclóricas pernambucanas. No Encontro de Maracatus rurais ontem, em Nazaré da Mata, a 65km do Recife, os mestres mostraram que o assunto já é parte da realidade deles. “Quando venho pra Nazaré, não faço cerimônia. Vim pra cá mesmo doente, com as dores da chikungunya”, cantou um deles sobre o palco montado na praça central da cidade, em frente à Biblioteca Municipal e ao lado da igreja.

O encontro ocorre sempre na segunda-feira de carnaval, na cidade que é conhecida como a capital dos maracatus. Neste ano, 38 grupos participaram da festa, com seus reis, rainhas, baianas e caboclos de lança, que tomam as ruas de Nazaré. Cada mestre de maracatu apresenta suas loas e os caboclos de lança realizam suas evoluções com seus chocalhos, sob suas golas coloridas, e empunhando as imensas lanças adornadas com fitas, ao som de sambadas, marcados pelo ritmo de taróis e tambores.

O ajudante de serviços gerais Inácio Severino da Silva, 59 anos, que trabalha na capina da prefeitura municipal, participou da festa pela 30ª vez, sempre como caboclo de lança. Ele explica que o papel dos caboclos é proteger a bandeira do grupo de maracatu, “para que ninguém faça nada de errado com ela”, diz, debaixo da roupa colorida e pesada que forma o personagem.

O repórter viajou a convite do Governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL