Tribunal de Justiça Terceira audiência de instrução sobre morte de Maria Alice acontece em Gravatá Jovem foi encontrada morta com a mão decepada em junho passado após cinco dias desaparecida. Padrasto confessou o crime

Por: Adaíra Sene

Publicado em: 12/01/2016 18:47 Atualizado em: 12/01/2016 19:19

Maria Alice foi estuprada, estrangulada e teve a mão decepada em junho passado. Foto: Reprodução/ Facebook
Maria Alice foi estuprada, estrangulada e teve a mão decepada em junho passado. Foto: Reprodução/ Facebook
A terceira audiência de instrução e julgamento do mestre de obras Gildo da Silva Xavier, 34, padrasto e assassino confesso de Maria Alice de Arruda Seabra, 19, aconteceu nesta terça-feira, na Vara Criminal de Gravatá, no Agreste. Gildo é acusado de sequestro, estupro, homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver da afilhada. A vítima ainda teve a mão decepada durante o crime. Um dia antes, ela tinha feito uma tatuagem com o nome do pai (que morreu seis anos antes) no antebraço esquerdo. 

Nesta terça, duas testemunhas de acusação foram ouvidas através de precatória. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, outras duas testemunhas de defesa ainda serão ouvidas no Recife, mas a data da audiência não foi definida. Após as ouvidas, haverá a etapa de alegações finais do Ministério Público de Pernambuco e da defesa e a decisão pela pronúncia, para saber se o caso vai ou não para júri popular. Se for, somente então haverá julgamento e, posteriormente, sentença para o acusado.

A primeira audiência sobre o caso aconteceu no dia 16 de novembro em Itapissuma, quando o acusado foi ouvido com outras quatro testemunhas de acusação. No dia 18 de novembro, houve a segunda, em Paudalho. Desta vez, a audiência foi em Gravatá. As ouvidas acontecem através de carta precatória porque o processo original está na vara de Itapissuma. O juiz do caso José Romero Marciel, mas foi o juiz Severiano de Lemos Antunes, de Gravatá, que colheu os depoimentos desta terça. 

Relembre o caso
O corpo de Maria Alice foi localizado cinco dias depois do desaparecimento dela, sem a mão esquerda, vestido com uma bermuda amarela e uma camiseta vermelha, e com o rosto coberto por uma camisa branca. Ela foi encontrada sem vida em um canavial do Engenho Burro Velho, no km 28 da BR-101 Norte, em Itapissuma. O local foi indicado pelo padrasto da jovem. O crime acontece no dia 19 de junho de 2015.

Em depoimento para a delegada Gleide Ângelo, responsável pelo inquérito, o suspeito contou que o estupro aconteceu dentro do carro alugado por ele, às margens da BR-101 Norte, em Paulista, ainda na tarde da sexta-feira, dia 19 de junho de 2015, quando Alice deixou a casa onde morava com ele iludida sobre uma proposta de emprego em Gravatá. Gildo disse também que antes do crime perguntou porque ela teria feito a tatuagem no antebraço com o nome do pai em hebraico, mas negou ter decepado a mão da vítima. 

O ajudante de pedreiro falou que sentia desejo pela enteada há três anos. Ele era casado com a mãe da jovem há 15 anos e ajudou a criar Maria Alice. "Ele disse que ela começou a chamar a atenção dele quando ficava em casa de camisola e ele via que o corpo se transformou. O desejo começou quando ela fez 16 anos, mas ainda assim ele disse que nunca fez nada. Nem no quarto dela entrava. Só ficava olhando e tentado ver alguns lances do corpo dela. Há dois meses, ele disse que veio a vontade de, realmente, abusar dela. E começou a planejar como faria isso", informou a delegada. De acordo com Gleide Ângelo, a ideia dele era abusar da jovem e depois abandoná-la em algum canto e desaparecer. Na conversa, ele acrescentou que antes dos crimes deu rupinol para a vítima.



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