Saúde Microcefalia: Ministério da Saúde volta atrás e diz que não existe recomendação para evitar gravidez Nessa quinta-feira, o diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do órgão aconselhou mulheres de Pernambuco a adiarem planos de ter filhos

Por: Larissa Rodrigues - Diario de Pernambuco

Publicado em: 13/11/2015 14:49 Atualizado em: 13/11/2015 16:37

Especialistas do Hospital Oswaldo Cruz deram entrevista coletiva na manhã desta sexta e disseram que não há recomendação formal da SES para mulheres não engravidarem em Pernambuco (Larissa Rodrigues/DP/D.A Press)
Especialistas do Hospital Oswaldo Cruz deram entrevista coletiva na manhã desta sexta e disseram que não há recomendação formal da SES para mulheres não engravidarem em Pernambuco
O Ministério da Saúde soltou uma nota, nesta sexta-feira (13), onde afirma que não há recomendação para que mulheres evitem a gravidez em Pernambuco. No entanto, na última quinta-feira (12), o diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do órgão, Cláudio Maierovitch, aconselhou as pernambucanas a adiarem os planos de ter filhos até que se esclareçam as causas do aumento de casos de bebês com microcefalia no estado. "Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", disse Cláudio ontem.

Na manhã desta sexta, as especialistas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife, afirmaram em coletiva que a Secretaria Estadual de Saúde também não emitiu nenhuma nota oficial com a recomendação para a não gravidez. Ângela Rocha é chefe do serviço de infectologia pediátrica da unidade. Ela disse: "não existe no estado uma indicação geral, formal para não engravidar. Mas é claro que os obstetras recomendam esperar outro momento."

No Oswaldo Cruz, cerca de 40 crianças com microcefalia estão sendo acompanhadas de outubro para cá. Hoje, o hospital atendeu duas mães com bebês que têm a anomalia. A chefe do ambulatório do HUOC, Regina Coeli, destacou que não é adequado chamar o aumento do número de casos de surto, ou epidemia, porque microcefalia não é uma doença. "Existe um fator que está causando esse evento inusitado. Pode ser uma doença, o que está sendo investigado. Mas a microcefalia é a consequência", explicou.

De acordo com Ministério da Saúde, até que se esclareçam as causas do aumento da incidência dos casos no Nordeste, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Na consulta, devem avaliar as informações e riscos da gravidez para tomar a decisão. "As informações estão sendo divulgadas conforme o andamento das investigações. A decisão de uma gestação é individual de cada mulher e sua família", declarou o órgão.

O ministério ainda disse que o boletim epidemiológico sobre os casos no país será divulgado na próxima terça-feira (17), em coletiva de imprensa, e publicou recomendações para as grávidas. Confira:

"Sobre os casos de microcefalia na região Nordeste, o Ministério da Saúde orienta às gestantes:

1 -Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipentes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6 - Proteger-se de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas,  usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes;"

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