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Tragédia Família de aposentado morto eletrocutado deve acionar a justiça

Publicado em: 13/10/2015 09:37 Atualizado em: 13/10/2015 10:12

Acidente aconteceu por volta das 16h. Equipes da polícia e Celpe foram ao local
Acidente aconteceu por volta das 16h. Equipes da polícia e Celpe foram ao local
Familiares do aposentado José Luiz Francisco Xavier pretendem acionar a justiça para exigir punição pela morte do idoso, eletrocutado na tarde desta segunda-feira, em frente à casa onde morava, no bairro de Vila Rica, em Jaboatão Velho, no município de Jaboatão dos Guararapes. Esta manhã, a viúva, Eliana da Silva e o filho da vítima, compareceram ao Instituto de Medicina Legal (IML) no bairro de Santo Amaro, no Recife, para a liberação do cadáver. O sepultamento será realizado às 17h, no Cemitério de Limoeiro, onde moram os irmãos do idoso, uma vez que a família não tem condições de custear o funeral.


O idoso de 67 anos foi mais uma vítima fatal de acidentes na rede elétrica da Região Metropolitana do Recife (RMR). Ele caminhava na rua quando um fio de alta tensão caiu e o atingiu. Quando os bombeiros chegaram ao local, já não havia nada a ser feito. Por pouco, a tragédia não foi maior. Xavier acabara de sair de casa, por volta das 16h, para encontrar o neto, que passaria a tarde do Dia das Crianças com os avós. Assim que chegou à rua, o aposentado foi alertado por outras pessoas sobre parte da rede elétrica que despencara do poste havia poucos instantes. De acordo com relatos de testemunhas, neste momento, outro fio caiu sobre ele. A Polícia Civil está investigando o caso.

O neto de 14 anos ainda correu para tentar socorrer o avô, mas foi contido a tempo. Um morador do local viu o momento em que o fio caiu em José Luiz. “Ele estava com o neto. Quando ele viu o fio caindo, empurrou o menino e o fio agarrou ele, que infelizmente morreu”, contou Edjaílson Santos. Os vizinhos do aposentado estavam indignados com a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Eles falaram que a fiação elétrica é precária, o que já teria sido comunicado à empresa. “Isso poderia ser evitado, porque não é a primeira vez que acontece. Inclusive, faz três meses que esse fio caiu. Além disso, todo dia temos queda de energia”, comentou Santos.

A mulher da vítima, a cozinheira Eliana da Silva, 54, que estava trabalhando na hora do acidente, está inconformada. “Quando meu neto me ligou, ele ainda estava desesperado. Não conseguia nem explicar direito o que tinha acontecido”, relatou antes de revelar que pretende mover uma ação contra a Celpe. “Eu pretendo ir até o fim para tomar as providências. O que aconteceu com ele poderia ter sido com qualquer um”, desabafou.

“Infelizmente, não tenho condições nem de enterrar o meu esposo.” Uma equipe da Celpe desligou a energia na área onde o acidente aconteceu. Por meio de nota, a companhia disse que “lamenta o falecimento do senhor José Luiz Francisco Xavier”. “A concessionária informa que está apurando as causas da ocorrência registrada na área rural de Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes. Equipes de prontidão foram acionadas e realizaram os procedimentos de segurança, eliminando novos riscos”, diz a nota oficial.

Entrevista: Eliana da Silva, viúva

 

Como a senhora ficou sabendo da morte do seu marido?
Meu neto que me telefonou. Eu tinha saído para trabalhar e meu esposo ficou em casa sozinho. No meio da tarde, meu neto foi encontrar com ele pra passar o resto do Dia das Crianças com a gente, já que eu iria chegar mais tarde. Aí, quando meu esposo saiu pra encontrar o menino, aconteceu essa tragédia.

Como tudo aconteceu?
Meu neto tem só 14 anos e viu o avô morrer na frente dele. Quando meu neto me ligou, ainda estava desesperado. Não conseguia nem explicar direito o que tinha acontecido. Mas a gente nunca espera que algo assim aconteça com a gente. Por pouco, o menino não morreu também. Ele correu pra tentar ajudar meu esposo, mas graças a Deus, o pessoal segurou e não deixou ele ir. Ainda bem, porque não tinha mais nada que ele pudesse fazer.

O que a senhora pretende fazer a partir de agora?
Eu mesmo pretendo ir até o fim para tomar as providências. O que aconteceu com ele poderia ter sido com qualquer um, inclusive meu neto. Isso não pode mais ficar assim.

Onde seu esposo será enterrado?
Infelizmente, não tenho condições nem de enterrar o meu esposo. Tive que telefonar para os irmãos dele, que moram em Limoeiro, e eles estão pensando em levar o corpo para lá porque ele pode ser enterrado ao lado da mãe.



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