Zona Norte Largo e praça na Encruzilhada sofrem com a falta de investimentos O Largo da Encruzilhada e a Praça Miguel Valverde, durante o dia têm vida comercial ativa, à noite servem de abrigo para moradores de rua e são ponto de drogas e prostituição

Publicado em: 29/09/2015 07:43 Atualizado em: 29/09/2015 08:15

Apesar da coleta diária, o lixo no local é uma constante. O material fica depositado nas calçadas durante o dia. Foto: João Velozo/ DP/ DA Press
Apesar da coleta diária, o lixo no local é uma constante. O material fica depositado nas calçadas durante o dia. Foto: João Velozo/ DP/ DA Press
A revitalização e reocupação de espaços públicos sucateados e abandonados têm sido a estratégia de urbanistas e gestores públicos para melhorar a qualidade de vida das pessoas na cidade e reduzir os índices de violência. Na Zona Norte do Recife, no bairro da Encruzilhada, duas praças têm potencial urbanístico para serem apropriadas pela população, sobretudo no período noturno. O Largo da Encruzilhada e a Praça Miguel Valverde, que durante o dia têm vida comercial ativa, à noite servem de abrigo para moradores de rua e são ponto de drogas e prostituição.

Talvez a Praça Miguel Valverde seja mais emblemática pelos equipamentos urbanos que ainda possui e pelo abandono em que se encontra. Ela está localizada por trás do Mercado da Encruzilhada e é conhecida como praça dos caminhoneiros ou praça da cerveja, por conta de atividades comerciais em seu entorno. Mesmo não utilizada, a área é bastante arborizada, tem bancos, mesas, brinquedos infantis e equipamentos de ginástica, embora estejam sucateados pelo abandono.

Poderia abrigar uma pista de caminhada, mas só é utilizada por moradores de rua para dormir e preparar refeições em fogões à lenha improvisados. Em nota, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana informou que a “manutenção da Praça Miguel Valverde é realizada em dias alternados. Com relação aos equipamentos, a Emlurb esclarece que a área sofre com ações de depredação recorrentes, o que prejudica a conservação do espaço”. A Emlurb também informou que não há projetos específicos para essa praça, apenas as ações de manutenção.

Já o Largo da Encruzilhada sofre com muito lixo, a presença maciça de cheira cola e a desordenação urbana. O próprio largo também é abrigo de moradores de rua, que muitas vezes usam o espaço público para fazer suas necessidades. Motocicletas são estacionadas em meio ao largo, no espaço de circulação de pessoas e o estacionamento de motos é usado por ambulantes. O único monumento do largo, o Jahú, está sem placa de identificação. O monumento de oito metros de altura possui uma coluna em estilo dórico e, no topo, tem um globo terrestre e uma águia. Foi colocado em homenagem a uma pequena aeronave italiana, que fez escala em Fernando de Noronha, no ano de 1927.

A Emlurb informou que o serviço de coleta no Largo da Encruzilhada é realizado diariamente, à noite. Já a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos disse que “o Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) já monitora a área e trabalha com a sensibilização das pessoas que lá se encontram. A equipe atende, orienta e possibilita o acesso destas pessoas aos seus direitos, sempre trabalhando com o desejo delas em aderirem aos encaminhamentos sugeridos, seja retirada de documentos, exames de saúde, inclusão no aluguel social, acolhimento e até mediação dos laços familiares interrompidos. A Secretaria ainda informa que já acionou o Consultório na Rua, através da Secretaria de Saúde, que faz visitas ao local e que há uma intensa sensibilização aos usuários, com intervenções contínuas”.

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