Publicado em: 14/09/2015 10:10 Atualizado em: 14/09/2015 12:15
Foto: Reprodução/Facebook |
Após reunião com o capitão dos Portos, Luiz Claudio Lázaro Dias, a assessoria de comunicação do órgão formulou uma nota oficial sobre o caso. A Capitania adiantou que abrirá um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Nevegação (IAFN) para apurar as causas do acidente e encaminhar o resultado ao Tribunal Marítimo, a quem compete o julgamento. A perícia será iniciada pelos equipamentos que o mergulhador utilizava, para apurar se houve alguma falha.Confira o documento na íntegra:
A Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE) informa que às 9h de hoje(14) foi localizado o corpo do mergulhador Edísio Oliveira Rocha, da empresa Aquaticos, desaparecido desde ontem. Ele realizava atividade recreativa, de mergulho amador, no catamarã “Galileo”, com outros cinco instrutores demergulho, três tripulantes e 20 passageiros. A equipe de SAR – Seach and Rescue (busca e salvamento), com militares desta Capitania, em embarcação própria, juntamente com equipes de mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e do catamarã “Galileo”, retomou às buscas desde às 06:00 de hoje. O corpo do sr. Edísio Oliveira Rocha foi encontrado submerso, a 23 metros de profundidade e a 50 metros ao norte do local do mergulho, distante 6 milhas náuticas do Marco Zero, na saída do canal sul do Porto do Recife,onde há um rebocador afundado desde 2002. A CPPE abrirá um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos daNevegação (IAFN) para apurar as causas do ocorrido em até 3 meses, podendo ser o razo prorrogado por até 1 ano. Posteriormente, o Inquérito será encaminhado ao Tribunal Marítimo, Órgão a quem compete o julgamento do fato
Edísio desapareceu em alto-mar, quando praticava a atividade de mergulho em uma área situada a 11 quilômetros do Marco Zero, na saída do Canal Sul do Porto do Recife, com profundidade de 25 metros. Segundo a Marinha do Brasil, responsável pela operação, os trabalhos no local alcançaram um raio de 100 metros.
No domingo, além da equipe da Guarda Costeira, participaram das buscas um helicóptero do Grupo de Apoio Tático do Governo do Estado, com militares do Corpo de Bombeiros, e duas lanchas de esporte e recreio e um barco de pesca que se dispuseram a ajudar. Mergulhadores do Centro de Mergulho Aquáticos, ao qual Edísio pertencia, juntaram-se à operação, realizando uma varredura submersa por iniciativa própria.
Edísio saiu com a equipe na manhã de domingo a bordo do Catamarã Galileu, pertencente à empresa Aquáticos, da qual era sócio. O destino era o Canal Sul, onde há um rebocador afundado desde 2002. A companhia preferiu não se pronunciar. De acordo com a Marinha, ao acionar o socorro, o comandante do Catamarã informou que Edísio estava desaparecido há mais de uma hora.
O instrutor era praticante de mergulho autônomo com uso de cilindros. Os equipamentos mais utilizados pesam de 12 a 15 quilos e armazenam 2,4 mil litros de ar comprimido. O cilindro é construído em aço ou alumínio e contém o mesmo ar respirado na superfície, com oxigênio e nitrogênio. Apenas em mergulhos muitos profundos se usam outras misturas. A atividade tem riscos. Se o mergulhador subir rápido demais, o nitrogênio sai do sangue rapidamente, formando bolhas dentro do organismo. É a chamada doença da descompressão, que pode levar a infartos ou AVC.