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UFPE Rotina de medo perto do campus Polícia prendeu homem que pode ter estuprado cinco universitárias. Duas delas já o reconheceram. Para melhorar segurança, UFPE e SDS vão trabalhar juntas

Publicado em: 21/08/2015 07:41 Atualizado em: 21/08/2015 08:33

Crimes ocorreram à noite na avenida General Polidoro, que tem grande movimento de estudantes. Foto: João Veloso/Esp DP/D.A.Press
Crimes ocorreram à noite na avenida General Polidoro, que tem grande movimento de estudantes. Foto: João Veloso/Esp DP/D.A.Press
Pelo menos cinco mulheres podem ter sido vítimas de estupro no entorno do campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) desde o ano passado. Um homem identificado como Geraldo Vieira da Silva, 34 anos, seria o responsável pela sequência de crimes. Ele foi detido pela Polícia Civil depois de ser reconhecido por duas das vítimas, uma delas estuprada na última terça-feira. Nos arredores do Campus Recife, o clima é de insegurança. Até o fim do ano, a universidade irá instalar câmeras para coibir a ação de criminosos, inclusive no entorno do campus, e trabalhará juntamente com a Secretaria de Defesa Social.

Ontem, o clima era de medo entre os estudantes na avenida General Polidoro, onde os crimes aconteceram. A mestranda Alessandra Targino, 26 anos, diz que os boatos de sequestro, assalto e estupro são constantes na área. “Só vi policiamento em um dia da semana por aqui”, comentou ela. Em nota, o comando do 12º Batalhão afirmou que o policiamento é realizado por viaturas e motopatrulhamento diuturnamente. E com apoio do Grupo Tático Itinerante (Gati) da Polícia Militar, quando solicitado.

Geraldo Vieira da Silva foi detido em flagrante, após denúncia da última vítima. Ele foi reconhecido por ela e também por outra vítima, estuprada no dia 18 de maio deste ano. Além disso, foi flagrado por câmeras de segurança de uma transportadora na Avenida General Polidoro, na Várzea, onde costumada abordar as vítimas. Em uma das imagens, inclusive, aparece abaixando as roupas e mexendo nas partes íntimas do corpo de uma das mulheres.

Geraldo, o acusado, mora com os pais cerca de 500 metros do local onde praticava os crimes. Foto: Paulo Trigueiro/Esp/DP/D.A.Press
Geraldo, o acusado, mora com os pais cerca de 500 metros do local onde praticava os crimes. Foto: Paulo Trigueiro/Esp/DP/D.A.Press
O suspeito morava com os pais a cerca de 500 metros de onde costumava praticar as ações. Para realizar os estupros, ele seguia o mesmo esquema. Abordava as mulheres por volta das 19h, fingindo estar armado e anunciando um assalto. Em seguida, segurava o braço delas e pedia para caminharem com ele, como se fossem namorados. Ao chegar em uma área mais escura, atrás de caminhões estacionados na avenida, praticava os atos libidinosos.

Apesar de ter sido detido com a mesma roupa com a qual aparece em algumas das imagens gravadas com as câmeras de segurança, Geraldo disse não se lembrar de ter cometido os abusos porque estava bêbado.  “Nos dois casos, ele não conseguiu penetrá-las por causa do estado de embriaguez, então obrigou-as a fazer sexo oral e as tocou nas partes íntimas”, contou o delegado Joel Venâncio.

“Nos casos anteriores que apuramos, houve penetração e mesmo coito anal. Outra vítima já entrou em contato conosco por telefone e vamos ouvir o depoimento dela nesta sexta”, complementou o delegado. Geraldo pode pegar até vinte anos de prisão pelos dois crimes. Caso seja condenado também pelos outros crimes, pode pagar pena de até quarenta anos.

Área receberá 224 câmeras

Cerca de 40 mil pessoas estudam na UFPE, sendo mais da metade delas no campus Recife, na Cidade Universitária. Apesar dos boatos de violência constantes listados pelos alunos, a instituição garante estar investindo na melhoria da segurança interna. Atualmente, cerca de 400 homens trabalham 24 horas na unidade. Hoje, um pedido formal de cooperação será protocolado na Secretaria de Defesa Social (SDS).

Até o fim do ano, 224 câmeras serão distribuídas em toda a área da universidade. Serão investidos R$ 6 milhões na compra dos equipamentos, cujo processo de licitação está na fase final.

As câmeras também irão capturar imagens das ruas próximas ao campus. A instalação faz parte da terceira e última fase da modernização de segurança da UFPE. Depois dela, o atual sistema de acesso via cartões será abolido e o acesso dos veículos será controlado por cruzamento de dados com a polícia. Cada prédio também terá um serviço próprio de monitoramento.

A cooperação com a polícia já começou, de maneira informal, com o apoio de rádios. “As informações são passadas para a polícia constantemente. Também temos equipes de segurança 24 horas e carros modernos para realizar rondas internas. Utilizaremos câmeras melhores do que a da própria secretaria”, afirmou o superintendente de segurança institucional da UFPE, Armando Nascimento. Na próxima terça-feira, o reitor Anísio Brasileiro debaterá o assunto em Brasília.

Saiba Mais


A segurança no Campus da UFPE no Recife

300 agentes de segurança
101 vigilantes terceirizados
16 viaturas (carros e motos)

Como funciona o serviço de segurança no Campus da UFPE no Recife


Equipes divididas em plantões para cobrir 24 horas com carros e motos
Utilização de rádios digitais iguais ao da SDS para manter contato com as polícias Civil, Militar e Federal

Projeto de expansão dos serviços de segurança no Campus


Implementação de 224 câmeras de monitoramento em todo o terreno da UFPE
Modificação no sistema de acesso dos carros (abolição dos cartões e monitoramento com apoio da SDS)
Criação de um sistema de segurança para cada prédio do Campus



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