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Risco Choque elétrico: o perigo está logo ali, na calçada Levantamento indica que Pernambuco tem segundo maior volume de mortes no país, por choques elétrico em áreas públicas externas

Por: Anamaria Nascimento

Publicado em: 28/08/2015 23:32 Atualizado em:

Ligações irregulares estão entre causas dos acidentes. Foto: Cristiane Silva/DP/D.A Press
Ligações irregulares estão entre causas dos acidentes. Foto: Cristiane Silva/DP/D.A Press
Um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) agrega novos números à triste estatística das mortes por choque Pernambuco tem a segunda maior quantidade de óbitos por eletrocução em áreas urbanas externas, ou seja, em poste ou fiação elétrica de ruas, avenidas, praças e outros espaços públicos. Foram 12 casos em 2014. Em termos proporcionais, ou seja, dividindo-se a população pelo número de casos, o estado é o terceiro pior.
Na primeira posição, em números absolutos, estão empatados São Paulo e o no Rio Grande do Sul, com 13 casos cada, mas ambos os estados são mais populosos que Pernambuco.

A pesquisa mostra que 112 pessoas morreram em 2014 no país em condições semelhantes à morte de Anderson. Cerca de 10% ocorreram no estado. O dado coloca Pernambuco em segundo lugar no ranking nacional, junto com a Bahia (que tem 15 milhões de habitantes).

Dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), também referentes ao ano passado, revelam que a Celpe informou 16 mortes, sem especificar o local, ao órgão federal. Os acidentes vitimaram dois funcionários - um próprio e um terceirizado - da concessionária de energia. Outras 14 pessoas sem vínculo empregatício com a Celpe também morreram em 2014. Levando em consideração os dados da Aneel, Pernambuco fica em sexto lugar no país entre os estados com mais mortes relatadas pelas empresas de energia.

O engenheiro eletricista e diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, pontuou que a segurança da rede elétrica diminui sempre que alguém faz uma ligação clandestina na fiação. “As gambiarras são o principal problema para a segurança da rede em áreas urbanas. Com o período de chuvas e alagamentos, a situação piora”, afirmou.

Já o professor do departamento de engenharia elétrica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Augusto Cavalcanti defende que a falta de manutenção da fiação é o problema mais grave. “Mesmo que os fios fossem embutidos, se não houvesse manutenção, alguém poderia morrer ao pisar numa área energizada. Fiscalizar e tomar cuidados contínuos são as soluções”, argumentou.

A Celpe respondeu que a maioria dos acidentes com fiação elétrica acontece por intervenções externas, ou seja, ligações clandestinas. “Temos um trabalho permanente de conscientização, em escolas e com campanhas publicitárias, para levar informação à população”, disse o superintendente de Operações da Celpe, Saulo Cabral. Ao encontrar um fio solto, a orientação da companhia é se afastar da fiação, isolar a área e entrar em contato com a empresa pelo 0800 081 0196.

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