Publicado em: 31/07/2015 08:00 Atualizado em: 31/07/2015 12:27
Médicos residentes do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deflagraram nesta sexta-feira paralisação geral dos serviços. Os residentes já estavam em estado de greve desde o dia 10 deste mês, mas decidiram em assembléia na última quarta-feira suspender a sua atuação em todos os serviços, incluindo plantões e urgência. A paralisação deve se estender até a próxima segunda-feira, quando farão nova assembléia para deliberar os rumos da greve. Os serviços essenciais, como maternidade de alto risco, oncologia e hemodiálise, continuam a ser prestados pelos médicos do HC, mas com a redução do corpo de funcionários o atendimento fica mais demorado.
As principais reinvindicações dos residentes é em relação à falta de medicamentos, materiais e equipamentos para exames laboratoriais básicos. “Estamos com máquinas de tomografia e ultrassonagrafia quebrados. A gestão não tem controle sobre a entrada e saída de medicamentos. Decidimos parar para evitarmos problemas maiores como omissão por negligência”, declara Pedro da Costa Mello, médico residente do HC.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Tadeu Calheiros, o objetivo da paralisação é conseguir um termo oficial de ajuste de conduta da EBSERH (empresa responsável pela administração do hospital), estabelecendo prazos para a resolução dos problemas levantados pelos residentes. A situação do hospital foi denunciada pelo Simepe por meio de uma ação civil no Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a assessoria de imprensa do HC, as empresas responsáveis pelo abastecimento dos medicamentos já foram notificadas sobre a interrupção do fornecimentos do remédios. Ainda segundo a assessoria, a Unidade de Laboratório do Hospital das Clínicas (ULAB) vem ampliando gradativamente a listagem de exames laboratoriais oferecidos aos pacientes. No entanto, os residentes afirmaram que as medidas foram insatisfatórias.
Os residentes são médicos que estão em fase de especialização médica. Eles correspondem a quase 15% do efetivo de cerca de dois mil funcionários do Hospital das Clínicas. A greve dos residentes acontece ao mesmo tempo que a dos servidores técnicos-administrativos da Univesidade Federal de Pernambuco que estão parados desde o dia 28 de maio.
