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Risco de desabamento Defesa Civil do Recife recomenda desocupação de 17 casas na Bomba do Hemetério

Publicado em: 01/07/2015 07:27 Atualizado em:

Após o deslizamento de barreira que matou duas pessoas no bairro da Bomba do Hemetério, na Zona Norte, a Defesa Civil do Recife realizou uma vistoria no local ontem e recomendou a desocupação de 17 imóveis. Um total de 40 imóveis foram vistoriados na Rua Antônio Porfírio de Santana, atingida pelo deslizamento. Numa rua estreita e sem saneamento básico, o gari José Davi, 49 anos, faz parte dos moradores situados na área de risco.

“Minha mãe passou a vida aqui, faleceu e não conseguiu ver o problema dessa barreira resolvido. Todos os anos quando chega o mês de junho é o mesmo desespero. Ninguém quer ir para abrigo, mas queremos a segurança de ter uma nova casa para sair daqui”.

Próximo à Rua 10, onde as casas estão mais perto do topo da barreira, seis imóveis foram considerados em situação de risco. A moradora Rafaela Carvalho, 28, está preocupada com a recorrência das chuvas. “Cresci aqui e é a primeira vez que vejo um recuo tão grande da barreira. Depois desse meio-fio ainda existiam plantações e mais solo. O primeiro deslizamento anos atrás matou três pessoas, agora tememos que isso se repita”, comentou.

Em Olinda, muitas casas foram invadidas pela água ontem. Na Rua Waldemar Lima, em Salgadinho, a comerciante Fátima Brasil, 60, precisou improvisar com tijolos para não perder os móveis. De acordo com a moradora quando a rua alaga o jeito é sair com os pés dentro d’água. “Há mais de 40 anos esse caos se repete. Trabalhamos e compramos os móveis com tanto sacrifício para vir a chuva e acabar com tudo. Meu sofá, guarda-roupa e geladeira estão todos por um fio de serem perdidos’’, desabafou.

Do outro lado da esquina o comerciante de retífica Regis Morais, 47 anos, calça as botas e se prepara para percorrer o caminho que já é de costume. Os carros que precisa devolver aos clientes estão presos na retífica, fator que tem lhe causado prejuízo financeiro. “Estou usando botas, mas nem sempre dá para enfrentar essa rua.
Já fizemos vários protestos para chamar atenção das autoridades e nada é feito. O prejuízo vem para o bolso de quem trabalha”. Na Rua Waldemar Paulino dos Santos, no bairro do Varadouro, o problema se repete. A dona de casa Marileide Lima, 56 anos, conta que a água invadiu sua casa alcançando 20 centímetros acima do batente construído para contenção.

De acordo com a Prefeitura de Olinda, equipes da Secretaria de Serviços Públicos estão trabalhando na limpeza do Canal da Malária e, em uma semana, a limpeza de galerias será realizada no bairro de Salgadinho, incluindo a Rua Waldemar Lima. Em seguida, será realizado o serviço na Rua Waldemar Paulino dos Santos, no Varadouro.

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