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Saúde Doença de chagas pode atingir 19 cidades pernambucanas Municípios estariam com risco de transmissão. Pesquisadores já encontraram outras espécies do inseto transmissor que já infectaram moradores dessas áreas

Publicado em: 14/04/2015 12:34 Atualizado em: 15/04/2015 14:39

A Doença de Chagas, transmitida pelo inseto barbeiro, corre risco de atingir 19 cidades do Agreste pernambucano. Os municípios reúnem altos índices de infestação dos imóveis pelo vetor, presença de colônia dos insetos nas residências ou já possuem moradores infectados. Nos anos 90, o país obteve um certificado justamente por ter conseguido eliminar a transmissão da doença pelo Triypanosoma Cruzi, mas segundo pesquisadores, outras espécies de barbeiro passaram a picar humanos deixando eles infectados com a doença. As informações foram repassadas nesta manhã pelo Programa Sanar, do departamento de Doenças Negligênciadas da Secretaria Estadual de Saúde. Nesta terça-feira, é comemorado o Dia Mundial de Combate à Enfemidade de Chagas.

Os 19 municípios com risco de transmissão são: Limoeiro, Afrânio, Dormentes, Orocó, Petrolina, Tabira, Carnaíba, Iguarai, Itapetim, Quipapá, Salgueiro, Terra Nova, Parnamirim, Santa Cruz, Santa Filomena, Afogados da Ingazeira, Ingazeira, São José do Egito e Serra Talhada. Segundo o coordenador do programa, Alexandre Menezes, o Sanar irá realizar ações em parceria com as secretarias de saúde dos municípios afetados, além de promover a capacitação de profissionais da área para diagnóstico e tratamento básico.

Pacientes com a Doença de Chagas costumam sofrer consequências da doença em sua fase crônica com insuficiência cardíaca ou problemas digestivos. A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado (gambás ou pequenos roedores). A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que ali deixou. O nome do parasita foi dado por seu descobridor, o cientista Carlos Chagas, em homenagem ao também cientista Oswaldo Cruz.

A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho. No Brasil, foram registrados casos da infecção transmitida por via oral nas pessoas que tomaram caldo-de-cana ou comeram açaí moído. Embora não se imaginasse que isso pudesse acontecer, o provável é que haja uma invasão ativa do parasita diretamente através do aparelho digestivo nesse tipo de transmissão.

Entre os sintomas da doença estão febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão, inchaço nos olhos (sinal de Romanã), aumento do fígado e do baço. Com frequência, a febre desaparece depois de alguns dias e a pessoa não se dá conta do que lhe aconteceu, embora o parasita já esteja alojado em alguns órgãos. No entanto, os sintomas nem sempre são percepítiveis. A pessoa pode saber que tem doença 20, 30 anos após ter sido infectada.

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