História
Pesquisa vai nortear roteiros turísticos pelo Rio Capibaribe
Foram identificados 43 portos, 13 engenhos e uma pioneira fábrica de cervejas que existiram ao longo das margens
Por: Rosália Vasconcelos
Publicado em: 05/03/2015 09:06 Atualizado em: 05/03/2015 09:47
Foto: Joao Velozo/Esp.DP/D.A Press |
Pesquisadores consultaram várias imagens dos séculos 17 e 18. Uma delas mostra a movimentação de embarcações diante do cais da Madalena |
“Com o loteamento da cidade, as margens do Capibaribe foram desvalorizadas e ocupadas pela população de baixa renda e por pessoas que migravam da zona rural para a capital. A falta de infraestrutura e saneamento para moradia intensificou o processo de marginalização do rio”, conta a historiadora e urbanista Magna Milfont.
A imagem incluída no livro raras e precisosas vistas e panoramas do Recife, mostra o cais que estabelecia acesso entre o Poço da Panela e o bairro da Iputinga |
Dos 43 portos, ou cais de atracação, descobriu-se que alguns deles ainda estão em funcionamento. Entre eles estão o dique do Parque da Jaqueira, que dá acesso à Torre; o do Poço da Panela, que dá acesso ao Parque Caiara; e o do Poço da Panela, de acesso à Iputinga. “Até hoje são realizadas travessias de barco nesses locais”, afirma Raquel Meneses.
Já os 13 engenhos explicam a história dos bairros mais tradicionais, como Madalena e Casa Forte. “A compilação foi transformada em um projeto de roteiros de visitação já entregue à prefeitura. O órgão vai ficar com o trabalho de educação histórica a partir desse material”, explica Raquel.
Lançamento
As águas e paisagens do Capibaribe inspiraram mais um trabalho literário: a coletânea Capibaribe vivo, organizados por Jussara Salazar, com textos de 35 autores. O lançamento da obra, que recebeu apoio da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), será hoje, a partir das 19h, na sede do Parque Capibaribe, na Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife.
O tradicional ponto da Zona Norte já tinha sua travessia. A imagem, assim como a da Madalena, é do livro Álbum de Luís Schlappriz - Memória de Pernambuco |
Fim do século 19 - início da subutilização do Capibaribe, a partir de diversos fatores como abertura de estradas e início do processo intenso de urbanização.
Década de 1970 - aumento significativo da especulação imobiliária e migração da população da Zona Rural para o Recife, surgindo a ocupação desorganizada das margens do rio.
Década de 1980 - o Capibaribe já se encontra em estágio avançado de degradação social, histórica e ambiental
Parque Capibaribe em números
Pojeto básico do primeiro trecho inclui:
- Será beneficiado o trecho entre a Praça do Derby e o Parque Santana
- São 4km de margem urbanizada
- Representa 13,3% do projeto total
O que o projeto todo prevê:
- 30 km de margens do Rio Capibaribe recuperadas e reintroduzidas na vida da população
- 71 km de ruas e calçadões arborizados
- 106 km de ciclovias
- 12 passarelas
- 35 bairros serão impactados
- 400 mil pessoas serão beneficiadas diretamente pelo plano urbanístico
- Projeção de 1,2 m²/habitante de área verde (em 2014) para 20 m²/habitante de área verde em 2037
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