Polícia Investigações confirmam que conflitos familiares provocaram crimes em Poção Polícia Civil está mais perto de esclarecer a chacina em 6 de fevereiro. Entenda detalhes da disputa por guarda de criança

Por: Raphael Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 05/03/2015 14:10 Atualizado em: 05/03/2015 14:15

Chacina em Poção completa um mês nesta sexta-feira (6). Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press (Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press)
Chacina em Poção completa um mês nesta sexta-feira (6). Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A.Press
A Polícia Civil está mais perto de esclarecer a chacina no município de Poção, no Agreste pernambucano. Após a descoberta de documentos que relacionam a oficial de Justiça Bernadete Siqueira de Britto Rocha à morte por envenenamento da ex-nora Jucy Venâncio, em 2012, já não tem mais dúvidas que a motivação de ambos os crimes está relacionada à disputa entre famílias pela guarda da filha de Jucy, de dois anos. Há três anos, Bernadete, avó paterna, entrou em conflito com os avós maternos para ficar com a menina.

A principal linha de investigação foi noticiada pelo Diario com exclusividade, dois dias após a chacina.  A acusada de ser a mandante do crime que deixou mortos a avó materna e três conselheiros tutelares teve mandado de prisão preventida decretado pela Justiça na semana passada. Ela e o filho, José Cláudio de Britto Siqueira Filho, 32 anos, estão presos. Um homem que teria sido o executor dos tiros também está na cadeia. A polícia continua à procura de outros suspeitos. O crime aconteceu em 6 de fevereiro.

Os delegados Erick Lessa e Darley Timóteo, que comandam as equipes de investigação, informaram que só iriam se pronunciar oficialmente sobre o caso após a conclusão do inquérito. A determinação é da Secretaria de Defesa Social.
 
Entenda os conflitos familiares entre as famílias:


2012

Após se separar do companheiro, a funcionária pública Jucy Venâncio, 23, começa a disputar a guarda da filha, que até então tinha poucos meses de vida. Em dezembro, ela é morta por envenenamento após oito dias internada num hospital. A ex-sogra e avó paterna é acusada. Processo criminal está na fase de audiência de instrução e julgamento

2013

A criança passa a viver com o pai e a avó paterna. Sem aceitar, avós maternos travam uma batalha na Justiça para conseguir a guarda da menina. Eles conseguem direito a visitas nos finais de semana - mas as brigas entre as famílias continuam

2014

Em setembro, o avô materno da criança e a avó paterna se envolveram numa confusão dentro de um hospital particular de Arcoverde. A polícia foi acionada. Segundo a ocorrência, funcionários precisaram conter a briga, que resultou em lesões e numa porta da enfermaria danificada. Os envolvidos fugiram antes da chegada da PM

Segundo o avô materno, no mesmo ano, diante das denúncias de ameaças, a Justiça definiu que os avós maternos pegariam a criança diretamente na escola, na sexta-feira, e a devolveria no mesmo local na segunda-feira, quinzenalmente. Isso evitaria contato direto entre os avós

2015

No dia do crime, o avô materno alegou que não poderia pegar a criança na escola. Por isso, ela voltou para a casa da avó paterna e do pai, em Arcoverde. Os conselheiros tutelares se disponibilizaram para pegá-la junto com a avó materna. Na volta para casa, os integrantes do carro foram alvo de tiros

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL