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Polícia Igreja de Nossa Senhora do Amparo está sob investigação Comissão da Arquidiocese de Olinda e Recife apura supostas irregularidades praticadas por membros de irmandade que cuida do templo

Por: Raphael Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/02/2015 13:38 Atualizado em: 27/02/2015 00:43

Responsável pela Igreja do Amparo foi intimado a prestar depoimento  (Jaqueline Maia/DP/D.A.Press)
Responsável pela Igreja do Amparo foi intimado a prestar depoimento
Comissão da Arquidiocese de Olinda e Recife, que apura supostas irregularidades praticadas por membros de irmandades católicas, está investigando a Igreja de Nossa Senhora do Amparo. Formado por religiosos e advogados, o grupo tentou acesso, na terça-feira (24), ao templo, mas foi impedido pelo representante da irmandade. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia do Varadouro.

O homem responsável pela igreja foi intimado pela polícia para prestar depoimento às 14h desta quinta-feira (26). Representantes da Arquidiocese devem comparecer à delegacia paar acompanhar o caso e pedir apoio da polícia para entrar no templo e identificar se há irregularidades no local.

As irmandades católicas de Olinda e do Recife estão sob intervenção desde 1º de novembro de 2013, por determinação do arcebispo dom Fernando Saburido. A decisão foi tomada após o Diario publicar, com exclusividade, denúncia de que membros das irmandades estavam alugando túmulos no Cemitério de Santo Amaro por valores superfaturados.

Na época, a Polícia Civil investigou o caso e identificou ossos e pele humana escondidos na Igreja de Santa Cruz, área central do Recife. Os restos mortais eram retirados do cemitério, sem conhecimento dos familiares, para dar lugar a novos corpos.

O esquema descoberto pela polícia resultou no indiciamento de oito pessoas, sendo um frade, quatro membros de irmandades e três funcionárias do Recife. O grupo responde pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha.

Na época, ao acatar a denúncia do Ministério Público, o juiz Ivon Vieira Lopes, da 4ª Vara Criminal da Capital, argumentou que os depoimentos de testemunhas ouvidas pela polícia confirmam que a “comercialização de sepulturas pertencentes às irmandades religiosas é fato corriqueiro, havendo variação na quantia cobrada”. Pessoas chegavam a pagar até R$ 1 mil para sepultar parentes numa das vagas disponíveis.

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