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Aniversário Parque da Jaqueira comemora 30 anos como referência de lazer no Recife Em abril, a Prefeitura deve oferecer programação em homenagem à principal área verde da Zona Norte. Antes da festa, faça uma viagem no tempo por meio de antigos registros

Por: Guilherme Carréra

Publicado em: 06/04/2015 11:46 Atualizado em: 07/04/2015 07:33

Parque da Jaqueira comemora aniversário de 30 anos. Foto: Ayrton Santos/Arquivo DP/DA Press
Parque da Jaqueira comemora aniversário de 30 anos. Foto: Ayrton Santos/Arquivo DP/DA Press

No dia 27 de março de 1985, nascia o Parque da Jaqueira. Idealizada pelo ex-prefeito Joaquim Francisco (PSB), a área verde de 70 mil m² sustentou o título de maior parque público do Recife até o ano passado, quando o Parque da Macaxeira foi entregue à população. Tanto quem mora no bairro homônimo (cujo metro quadrado chega a R$ 6.862,75, o mais caro da cidade, segundo pesquisa DMI/Viva Real) como quem reside nas áreas limítrofes (Aflitos, Rosarinho, Tamarineira) tiram proveito da infraestrutura da Jaqueira. São 900 metros de pista de cooper e 820 metros de ciclofaixa, além de academia ao ar livre, parques infantis e pistas de skate e patins. "Minha mãe costumava me trazer quando eu era pequena. Hoje, sou eu quem trago meu filho", diz Adelina de Lima, 25 anos, mãe de Edson, um ano. Do Vasco da Gama, onde mora, até o parque, são 15 minutos no ônibus. "Fim de semana, estamos aqui".

Confira galeria de fotos do Parque da Jaqueira no início dos anos 1990

Há 30 anos, o parque ainda não tinha a forma que tem hoje. Fotografias do arquivo do Diario de Pernambuco, no entanto, mostram que a valorização da natureza já era uma diretriz. Esse contato com o verde segue atraindo frequentadores como Bruno Rocha, 40. Engenheiro de pesca e fotógrafo nas horas vagas, o pernambucano mora em Paulo Afonso (BA), mas volta e meia retorna à cidade natal. "E aí quase sempre visito a Jaqueira. Gosto de fotografar, principalmente, as aves", explica, com uma lente Sigma 150-500mm em punho. Já a pedagoga Sônia Maria, 67, não fotografa. Frequenta à sua maneira. Quase todos os dias, vai ao parque caminhar. "Tento vir diariamente, mas minha rotina não deixa". O início da manhã, das 6h às 7h, e o período noturno, das 20h às 22h, são os horários mais disputados. Segundo a Prefeitura do Recife, 3,5 mil pessoas passam pelo parque por dia. Nos sábados e domingos, esse número sobe para 5 mil.

Sob gestão e manutenção da Gerência Geral de Parques da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a Jaqueira conta com o efetivo de seis guardas municipais e cinco câmeras de monitoramento para garantir segurança. "Mas é uma área tranquila, nunca vi nada acontecer", comenta Osvaldo Alves, 64, um dos 12 garis responsáveis pela limpeza. Cada um deles toma conta de um trecho do terreno. Osvaldo começa na entrada de pedestre da Rua do Futuro, depois segue à direita. Do lado de fora, José William, 37, chegou há pouco tempo. Depois de 12 anos em São Paulo, está há três meses vendendo água de coco em um dos quiosques da área externa. O expediente é colossal, mas parece compensar. "Chego às 6h e saio às 22h, mas conheço gente de todo tipo, gente de todo lugar". Tal qual o expediente de William, o dia na Jaqueira começa cedinho, atravessa a manhã, vê a tarde cair e se despede com os notívagos.

Capela de Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira foi erguida no século XVIII e tombada na década de 1970. Foto: Arquivo DP/DA Press
Capela de Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira foi erguida no século XVIII e tombada na década de 1970. Foto: Arquivo DP/DA Press

De acordo com Lúcia Gaspar, bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco, a história do lugar remonta ao século XVII. "Em 1633, suas terras foram palco de um sangrento combate entre as forças comandadas por Felipe Camarão e os holandeses, na sua tentativa frustrada de tomar o Forte do Arraial do Bom Jesus, em Casa Amarela", escreve. Mais adiante, já no século XVIII, a área viu ser erguida a Capela de Nossa Senhora de Ponte d'Uchôa, depois chamada de Nossa Senhora da Conceição da Jaqueira. "Em alusão às frondosas árvores que a circundavam". Na década de 1970, quando foi tombada e restaurada, a capela recebeu ainda um jardim de Burle Marx como presente. É dessa época também as partidas do Campeonato Pernambucano de Futebol e o parque de diversões da Feira do Comércio e Indústria de Pernambuco. Só em 1984, o terreno foi cedido à Prefeitura do Recife em regime de comodato por vinte anos. Com a lei federal nº 10.175, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) foi autorizado a doar a área definitivamente ao município.

Em abril, parte dessa história começa a ser lembrada em uma programação especial em homenagem aos 30 anos do Parque da Jaqueira. A agenda completa ainda não foi divulgada, mas a intenção é de que atividades culturais e esportivas aconteçam nos fins de semana. "A comemoração terá início no mês de abril e se estenderá ao longo do ano", confirma Pâmella Cavalcanti, assessora da Emlurb. No último dia 27 de março, o próprio Joaquim Francisco comemorou a efeméride in loco. Marisa Gibson, colunista de política do Diario de Pernambuco, fez o registro. "Assíduo frequentador do local, onde faz caminhadas diárias, Joaquim foi saudado como estadista pelo secretário de Direitos Humanos, Pedro Eurico, que lembrou que havia liderado a oposição quando ele foi governador". Em tempo: os participantes do "jaqueiraço" de aniversário levaram, inclusive, um quilo de alimento a ser doado ao Núcleo de Apoio a Criança com Câncer (Nacc).

Confira um vídeo sobre Rosildo, um dos garis responsáveis pela limpeza do Parque da Jaqueira, extraído da websérie A cidade passa por aqui, veiculada no Diario de Pernambuco em novembro de 2014:



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