CIRURGIA

Aliar cirurgias plásticas exige cautela para evitar complicações e conquistar um resultado eficaz

Especialistas orientam que não existem limites para a realização de uma plástica por ano, mas o bom senso e a ética médica também devem reger a escolha

Publicado em: 14/05/2024 11:06

Cirurgias plásticas associadas, ou seja, aliar duas técnicas no mesmo tempo cirúrgico, deve ser avaliado com cautela (Foto: Freepik)
Cirurgias plásticas associadas, ou seja, aliar duas técnicas no mesmo tempo cirúrgico, deve ser avaliado com cautela (Foto: Freepik)
 A ex-BBB Deniziane, também conhecida como Anny, revelou recentemente que fez duas cirurgias plásticas, realizando o sonho do implante de próteses de silicone nos seios e ainda complementou com outra intervenção para melhorar o contorno corporal e ressaltar os músculos. No entanto, é importante saber que as cirurgias plásticas associadas, ou seja, aliar duas técnicas no mesmo tempo cirúrgico, deve ser avaliado com cautela pelo cirurgião plástico. 
 
Os especialistas orientam que não existem limites para a realização de uma plástica por ano, mas o bom senso e a ética médica também devem reger a escolha de duas ou mais na mesma intervenção. Isso porque, segundo explica o cirurgião plástico André Eyler, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons, entre uma cirurgia e outra, é necessário respeitar o tempo de recuperação para evitar complicações e não haver riscos de comprometimento no resultado. E, além disso, existem cirurgias que demandam muito tempo e, por isso não é recomendado ser associada a outras. “As cirurgias demasiadamente longas na duração ou mais complexas, que envolvem uma área muito extensa do corpo podem colocar em risco à saúde do paciente se combinadas com outros métodos cirúrgicos. Para aliar técnicas no mesmo tempo cirúrgico elas precisam ser similares e ter objetivos em comum para o efeito final. É essencial ter em mente que é necessária  uma harmonia entre os procedimentos. E sua vantagem é diminuir custos da operação e  otimizar o resultado e  período de recuperação do paciente",  afirma o Dr. Eyler.
 
O médico exemplifica nestes casos, a lipoaspiração combinada com a abdominoplastia, ou ainda o implante de prótese de silicone nas mamas com a redução mamária. “A abdominoplastia com lipoaspiração na região das coxas, ou implante mamário com lipoaspiração dos braços tem boa indicação, pois são regiões próximas e recebem orientações que se integram no pós-operatório”, aponta o especialista.
 
O Dr. Eyler diz que é fundamental destacar que mesmo um cirurgião muito habilitado e com anos de experiência, devido à complexidade dos procedimentos, as cirurgias associadas demoram mais tempo, o que leva a um desgaste físico e mental do profissional, e determina maior controle e monitoramento das condições de saúde para manter a segurança do paciente. "Determinados procedimentos cirúrgicos podem ser combinados, já outros são totalmente contraindicados em decorrência de vários fatores” assegura. Dentre alguns que não são recomendados, o médico cita que o  lifting facial, por exemplo, que não está de acordo com o implante de próteses de silicone na mesma cirurgia, pois o pós-operatório pode gerar grandes desconfortos e estresse ao paciente. Na primeira técnica é orientado fazer compressas para desinchar o rosto. “Como pode ser feito se na colocação de próteses de silicone não é permitido certos movimentos com os braços, como levantá-los?”, questiona.
 
Outras associações também não são indicadas!  A combinação do implante de prótese na região dos glúteos, com cirurgias da parte corporal da frente, como mamas ou abdome não é aconselhado. A paciente não poderá deitar ou se apoiar sobre o local operado. Na prótese de bumbum a recuperação exige que a pessoa fique deitada de barriga para baixo, inteiramente incongruente com a cirurgia de mama ou região abdominal. Já a cirurgia dos braços e das coxas juntas interfere no bom funcionamento do pós-operatório, porque são áreas de movimento e locomoção. Portanto, estas são situações do pós-operatório que podem prejudicar o resultado final e efetivo de ambos os procedimentos no âmbito da cirurgia plástica.
 
O cirurgião esclarece além do mais que na combinação de técnicas, o tempo da cirurgia e da anestesia provoca alterações no metabolismo e na função fisiológica do corpo. Assim, todo e qualquer tipo de cirurgia exige um tempo médio para ser realizado, sendo que o ideal é um tempo cirúrgico que não ultrapasse 4 horas. “A perda de sangue durante a cirurgia deve ser bastante controlada para não ter riscos de intercorrências e não afetar o período de recuperação. Se mais de um procedimento for realizado, a recuperação no pós-operatório provavelmente será ser bem mais longo e dolorido”, assinala.

SERVIÇO:
 
Cirurgião plástico Dr. André Eyler
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