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Estudo do Butantan identifica proteínas que podem diagnosticar autismo

De acordo com os pesquisadores, os potenciais biomarcadores podem auxiliar no desenvolvimento de métodos complementares de diagnóstico

Publicado em: 03/04/2024 17:35

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação
Um grupo do Instituto Butantan, centro de pesquisa científica e produção de imunobiológicos, em São Paulo, sob a coordenação da pesquisadora Nádia Isaac da Silva, identificaram uma série de proteínas e aminoácidos que podem facilitar o diagnóstico do autismo em amostras de urina.

"Se antigamente não se falava tanto sobre autismo como hoje, não significa que ele não estava lá. O transtorno sempre existiu, mas com o avanço das tecnologias, ele tem sido detectado cada vez mais cedo. Esses estudos vêm para complementar as formas de diagnóstico e acompanhamento clínico", explicou Ivo Lebrun, pesquisador do Butantan. 
 
De acordo com os pesquisadores, os potenciais biomarcadores podem auxiliar no desenvolvimento de métodos complementares de diagnóstico e acompanhamento da evolução do quadro de pessoas com transtorno do espetro autista (TEA).  Os resultados da investigação foram publicados na última edição da revista científica Biomarkers Journal, coincidindo com as comemorações do Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado na terça-feira.
 
Segundo o Butantan, o grupo descobriu diferenças nas concentrações de proteínas e de aminoácidos em amostras de urina de pessoas com autismo e de pessoas sem autismo, segundo o centro científico. O estudo detectou alterações na quantidade de algumas proteínas e aminoácidos, como glicina, leucina, ácido aspártico e tirosina, nas amostras das crianças com o transtorno. "Os níveis anormais de proteínas e aminoácidos podem estar relacionados a vários sinais observados em pessoas com TEA. Dada a complexidade do diagnóstico e do tratamento do autismo, foram desenvolvidas várias abordagens sobre o distúrbio, incluindo a criação de bancos de dados de amostras de sangue e de sequências genéticas”, informou o Instituto Butantan em comunicado.
 
Estes estudos visam, entre outras coisas, identificar novos genes associados ao autismo e biomarcadores para caracterizar o autismo. A descoberta de possíveis biomarcadores na urina, no entanto, pode facilitar o diagnóstico, já que as amostras podem ser coletadas em casa pelos pais ou cuidadores de pessoas com autismo, destacou os pesquisadores do estudo.
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