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MEDICINA
Dermatologia estética e funcional regenerativa vai além da beleza
Especialidade é aplicada ainda à medicina preventiva, que utiliza métodos para evitar patologias que podem comprometer a saúde
Publicado: 05/09/2023 às 15:00

Benefícios estéticos podem ser comparados com a terapia regenerativa dos tecidos cutâneos/Foto: Lookstudio/Freepik
Com o avanço da ciência e tecnologia, tornou-se possível combinar benefícios estéticos com a terapia regenerativa dos tecidos cutâneos, por meio do estímulo e aceleração da regeneração celular, o que proporciona resultados mais efetivos e duradouros. Considerada a cosmiatria do futuro, a dermatologia estética e funcional regenerativa visa aperfeiçoar a aparência e cuidar da saúde da pele, ao utilizar técnicas consagradas e inovadoras, aliadas a pesquisas e estudos desta área da Medicina.
Segundo a dermatologista e tricologista Joana D'arc Diniz, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e diretora da Sociedade Brasileira do Cabelo, essa especialidade é aplicada ainda à medicina preventiva, que utiliza métodos para evitar patologias que podem comprometer a saúde. A dermatologia regenerativa tem por objetivo não somente corrigir os efeitos do envelhecimento, mas também atuar na prevenção de doenças da pele, que atingem não apenas a saúde física, mas muitas vezes a saúde mental por meio de danos a qualidade de vida, a baixa autoestima e tudo o que isto implica e compromete o paciente. “Embora ainda seja recente no Brasil, ela igualmente já dispõe de recursos que previnem e tratam os sinais do envelhecimento, além de realizar a reparação celular, de acordo com as características pessoais da pele do paciente, como etnia, fototipo, predisposição genética e hábitos, fazendo um diagnóstico mais individualizado. O tratamento verte em muito mais eficácia e assertividade”, ressalta.
A Dra. Diniz destaca as substâncias como o PDRN (derivado do DNA de salmão purificado e esterilizado) para uso na técnica de drug delivery, procedimento que facilita a entrega de moléculas terapêuticas na pele, tanto facial, quanto corporal,que tem a capacidade de regenerar a pele em feridas e mais uma vez estimular a formação de colágeno. Outra grande novidade com embasamento científico e estudos publicados são os exossomos, vesículas (bolhas) minúsculas secretadas pelas células, ricas em proteínas e outras moléculas com profunda penetração nos tecidos, além de função importante na comunicação entre as células. Usados como veículos de administração de medicamentos, os exossomos podem conter células-tronco e atuar desde a diminuição da etapa inflamatória de doenças até a aceleração da cicatrização dos tecidos. Tem extensa ação reparadora e rejuvenescedora, devido às propriedades imunomoduladoras, que agem diretamente no sistema imunológico, potencializando a resposta do organismo. “No entanto, os exossomos vão muito além, pois atuam como antiinflamatório, agindo como barreira cutânea e assim trazem benefícios na redução da inflamação da pele, pigmentação e ainda na melhora da qualidade do tecido cutâneo e na prevenção do envelhecimento” diz a dermatologista.
A especialidade também viabiliza procedimentos no rejuvenescimento facial, promove a otimização da hidratação, elasticidade, melhora dos contornos corporais e tratamento de alopecias, cicatrizes e estrias. Com uma variedade de tratamentos aprovados e minimamente invasivos são combinados a aplicação de lasers, toxina botulínica, bioestimuladores de colágeno e preenchedores com distintos pesos moleculares, direcionados para cada região, tratando a reabsorção de tecido ósseo e gorduroso, que ocorre com o passar dos anos, até as terapias mais complexas e de última geração. Todos estes protocolos são voltados para a revitalização e regeneração da pele. “Por exemplo, se utiliza a aplicação de substâncias que aceleram a regeneração dos tecidos, facilitando o processo de cicatrização e a remodelação da pele. O resultado é maior produção de colágeno e elastina, que garantem sustentação à pele”, acrescenta a Dra. Diniz.
Além disso, o procedimento com as próprias proteínas de crescimento celular em diferentes áreas do corpo, promove o rejuvenescimento, uma vez que as células no sangue, as plaquetas, exercem papel significativo em diversas fases de reparação tecidual, como estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos, produção de colágeno, combate a oxidação, além da reprodução e crescimento celular. “As terapias com fatores de crescimento e células-tronco, que promovem a regeneração celular e o rejuvenescimento do tecido, ultrapassam as questões estéticas, porque tratam problemas dermatológicos como acne, psoríase, dermatite atópica, feridas e grandes queimaduras. São utilizadas abordagens que atuam na reparação da pele danificada e na restauração de suas funções normais”, explica à especialista.
Assim se mantém a aparência saudável e jovial, além de cuidar de patologias dermatológicas, que afetam a qualidade de vida. Com o crescimento da tecnologia de ponta, a expectativa é que a dermatologia estética e funcional regenerativa evolua ao oferecer tratamento com resultados cada vez mais satisfatórios para se cuidar do maior órgão do corpo humano. “E com o aumento da longevidade se busca uma vida cada vez mais saudável e plena em todos os aspectos. É o que se pretende para a população, sobretudo da terceira idade”, concluiu.