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HIDROCEFALIA

Tratamento da hidrocefalia com derivação de drenagem adequada pode ter bom resultado

Publicado: 07/03/2023 às 11:41

Hoje, a medicina conta com vários tipos de tratamento para a hidrocefalia, em destaque estão as derivações de drenagem/Divulgação

Hoje, a medicina conta com vários tipos de tratamento para a hidrocefalia, em destaque estão as derivações de drenagem/Divulgação

A hidrocefalia, é uma doença que ocasiona no acúmulo em excesso de líquido cefalorraquidiano, no interior do crânio, o que resulta no inchaço do cérebro. Após o diagnóstico da doença, a escolha mais adequada da derivação de drenagem pode proporcionar tratamento com êxito, mais conforto e qualidade de vida para o paciente. Para a decisão de qual derivação será utilizada, são levados em pontos específicos de cada criança, como idade e a presença de comorbidade, caso se tenha.

Hoje, a medicina conta com vários tipos de tratamento para a hidrocefalia, em destaque estão as derivações de drenagem, que começaram a ser desenvolvidas nos anos de 1940 e 1950. Esses dispositivos são responsáveis por desviar o líquido acumulado na caixa intracraniana, que resulta numa pressão alta na cabeça, para outra região do corpo, absorvendo o excesso de líquido. “Temos válvulas que drenam para a cavidade atrial do coração, outras que drenam do intracraniano para o espaço pleural, e o espaço pleural líquido vai sendo absorvido. Outros dispositivos que drenam para o ureter, válvulas que drenam para a vesícula biliar e o líquido será absorvido dentro da vesícula biliar. Outras para o espaço intra ósseo e válvulas que podem drenar até para outras cavidades do espaço intracraniano, que chamamos de cisternas”, explicou a cirurgiã pediátrica do Real Hospital Português, Dra. Amanda Lopez. 

De acordo com a cirurgiã pediatra, é preciso analisar e considerar uma série de fatores de cada paciente, como a idade e o tamanho da criança, as doenças associadas, as comorbidades. A mais comum e mais utilizada no mundo, é a derivação ventrículo peritonial e fica localizada entre os órgãos do abdômen e absorve o excesso de líquido. Mesmo sendo o principal dispositivo, em alguns casos, ela não tem efetividade. “A derivação ventrículo peritonial é instalada no peritônio, uma cavidade intra-abdominal, que funciona, como se fosse uma esponja. A chance dessa válvula funcionar é muita baixa em prematuros extremos que tiveram enterocolite necrosante, que é uma infecção abdominal, porque o peritônio perdeu a capacidade de ser esponjoso e absorver grande quantidade de líquido. E em pessoas que fizeram cirurgias abdominais, elas também têm bridas e aderências, o que diminui a quantidade de líquido que esse peritônio pode absorver. Então, quando houve tentativa de uso da válvula peritonial e se apresentou falha na função de absorver o líquido, é preciso buscar outras alternativas, afirmou.

Diagnóstico precoce
 
O tratamento com as derivações de drenagens estão disponíveis tanto no Sistema único de Saúde (SUS), como na rede privada brasileira. O diagnóstico precoce é importante para a seleção do tratamento ideal do paciente. “É preciso pensar na hidrocefalia quando se tem uma criança que a cabeça está crescendo fora da normalidade, é uma cabeça maior ou quem a moleira alta, se ela estiver elevada, tem algo estranho. O pediatra e os pais podem reparar na caderneta de saúde, que tem as medidas. Se eles observarem que a cabeça está maior que o esperado, é necessária uma avaliação neurológica, porque o líquido está acumulando. A hidrocefalia tem cura, hoje, podemos tratar e a criança ficar muito bem. O diagnóstico precoce é fundamental”, ressaltou a cirurgiã pediatra.
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