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Doppler transcraniano muda perspectiva de vida de pacientes com Anemia Falciforme
Publicado: 11/01/2023 às 10:00

(Crédito: Diario de Pernambuco)
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em pessoas negras, causada por uma anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos, que sofrem com uma mudança no formato das hemácias e provocam dificuldade de circulação do sangue nos pequenos vasos. Muito comum no Brasil, a anemia pode provocar isquemias em diversos órgãos, assim como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência renal. Com o exame Doppler Transcraniano, um exame de ultrassom que mede a velocidade do sangue nas principais artérias do cérebro, é possível detectar o risco de ocorrência do AVC e prevenir com transfusões de sangue regularmente.
Os sintomas provocados pela enfermidade são: bloqueio do fluxo sanguíneo, dores articulares, fadiga, palidez e icterícia (pele amarelada), atraso no crescimento, ferida nas pernas, maiores chances de infecção, cálculos na vesícula biliar, problemas neurológicos, cardiovasculares pulmonares e renais, além de priapismo (ereção involuntária e persistente). Predominante em pessoas negras, atinge cerca de 8% da população negra no Brasil. Os dados são do Ministério da Saúde.
Segundo o médico especialista do Hospital Jayme da Fonte, Sérgio Pinheiro, a enfermidade é responsável pelos casos frequentes de problemas cerebrovasculares em crianças, com efeitos devastadores e grande impacto no desenvolvimento delas. “O AVC isquêmico pode ocorrer em cerca de 11% das crianças, com a forma homozigota da doença, levando a sequelas motoras, de fala, intelectuais e até a morte”, alertou o especialista. A anemia falciforme não possui um tratamento específico e as intervenções são realizadas conforme os sintomas apresentados pelos pacientes.
Desenvolvido em 1998 nos Estados Unidos para nortear a indicação de hemotransfusão, o protocolo STOP por Doppler transcraniano mudou a vida dos portadores da anemia falciforme, auxiliando na prevenção de isquemias cerebrais de repetição. Realizado em ambulatórios, o exame é simples e indolor, mas essencial no tratamento da doença, e mostra se existe alguma alteração no fluxo sanguíneo cerebral. Caso a velocidade do sangue esteja alta, devido ao estreitamento e obstrução das artérias no cérebro, o risco de AVC é alto e a recomendação é que o paciente seja colocado em regime de hemotransfusão regular, para diminuir o nível de hemoglobina alterada no sangue e aumentar a concentração da hemoglobina normal.
“O Doppler transcraniano deve ser usado na anemia falciforme independente do genótipo para acompanhar a hemodinâmica cerebral dos portadores e reduzir drasticamente as sequelas neurológicas e morte. Atualmente, o exame é uma norma do Ministério da Saúde para o tratamento de pacientes dos 2 aos 16 anos. É uma conduta bem estabelecida cientificamente”, finalizou o especialista no procedimento.
A enfermidade pode ter cura através do transplante de medula óssea, mas o paciente precisa estar dentro dos critérios de elegibilidade para o procedimento e o doador precisa ser compatível. Os portadores precisam de acompanhamento clínico constante após a identificação da doença. Para um diagnóstico correto e melhor forma de tratamento da anemia falciforme, o paciente deve procurar centros médicos de referência em atendimento hematológico e que realizam o Doppler transcraniano, como o Hospital Jayme da Fonte, que possui médicos especializados na área.
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