DP +Saúde

/Eduarda (primeira à esquerda) teve o diagnóstico para diabetes tipo 1 quando tinha dois anos e meio de idade. Foto: Arquivo Pessoal
A campanha Novembro Azul, que é executada anualmente, no mês de novembro, em combate ao câncer de próstata, também ocorre como uma forma de combate a outras doenças, como é o caso da diabetes, que é representada, no mês, pelo símbolo de um círculo azul. Através da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Federação Internacional do Diabetes (IDF), com o objetivo de ampliar a discussão sobre a temática e alertar as pessoas sobre os cuidados necessários, o dia 14 de novembro foi estabelecido como o Dia Mundial do Diabetes. No ano de 2006, a data se tornou oficial da Organização das Nações Unidas (ONU).
A forma mais comum de o diabetes se desenvolver é sendo do tipo 2, que está bastante relacionado ao sedentarismo, excesso de peso, erro alimentar, assim como, também, à decorrência de uma herança familiar. A endocrinologista e chefe do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (UFPE), Jacqueline Araújo, comenta como a doença, sendo especificamente deste tipo, se desenvolve no corpo do indivíduo. “No início ainda há fabricação adequada da insulina (hormônio que controla a glicose), mas esta não consegue agir adequadamente. Com o passar do tempo, o pâncreas entra em esgotamento e já não fabrica mais a quantidade necessária de insulina para controlar a glicose. Esta forma é mais comum em adultos, mas também pode atingir crianças e adolescentes, pois a obesidade vem crescendo muito na faixa etária pediátrica”.

De acordo com dados do Atlas do Diabetes da IDF, o Brasil é considerado o quinto país em maior número de pacientes com a condição no mundo, com 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Além disso, a estimativa é que a incidência da doença chegue a 21,5 milhões em 2030, sendo o diabetes do tipo 2 o mais prevalente.
Apesar do grande número envolvendo a formação da doença em adultos, as crianças e jovens também podem ser afetadas pelo diabetes, sendo nessa faixa etária mais comum o desenvolvimento da doença em seu tipo 1, onde ocorre uma destruição das células do pâncreas, que produzem a insulina. “Isto se deve ao fato do sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) passar a achar que estas células são estranhas, então as ataca e destrói. A causa não é completamente esclarecida, apesar de haver muito investimento e pesquisas na tentativa de compreender melhor esta doença. Alguns genes estão envolvidos e algumas viroses podem ser o fator desencadeante, mas não a causa”, explica a endocrinologista.
Sandra Ianara Libório, publicitária e mãe da adolescente Maria Eduarda Libório, de 15 anos, relata como foi, para a família, identificar que a filha teria diabetes, e quais foram as principais dificuldades enfrentadas no período inicial da descoberta. “Duda tinha apenas 2 anos e meio quando descobrimos, e nunca havíamos imaginado que ela poderia ter a doença, pois ninguém na família tem histórico de ter diabetes. Eduarda sempre foi uma criança muito ativa e, de repente, começou a dormir muito mais que o normal, sentia fraqueza, entre outros sintomas, e foi a partir daí que notamos que algo diferente estava acontecendo. No início foi difícil, pois nunca imaginei que teria maturidade suficiente para cuidar de uma criança de apenas 2 anos com Diabetes. Foi uma barra muito grande, porém, nesses momentos, precisamos absorver os desafios”.
Diferente do diabetes do tipo 2, em que o paciente pode passar vários anos assintomático, o diabetes do tipo 1 é uma doença de ágil instalação, que demonstra de forma rápida os sinais. Nas crianças, os sintomas mais comuns são: voltar a fazer xixi na cama por urinar com uma maior frequência, sentir muita sede, perda de peso e falta de disposição e energia em sua rotina. “Deve-se estar atento às crianças muito pequenas, em que estes sintomas não são muito evidentes e podem se confundir com infecções, quadros respiratórios e intoxicação por medicações. Caso os sintomas não sejam percebidos e haja demora no diagnóstico, o quadro evolui com dor abdominal, vômitos, cansaço respiratório, desidratação e produção excessiva de ácidos no organismo”, alerta Jacqueline.
Sandra conta, também, sua visão sobre a importância de se ter um olhar otimista acerca do tratamento da diabetes. “As pessoas precisam saber que, se tivermos disciplina no tratamento, você pode levar uma vida normal, como qualquer outra pessoa. A conscientização é muito importante pois, para algumas pessoas, ter diabetes é como se fosse o fim do túnel. Desde que descobrimos a doença, Eduarda faz acompanhamento com psicóloga, para saber lidar bem com tudo”, afirma.
A forma mais comum de o diabetes se desenvolver é sendo do tipo 2, que está bastante relacionado ao sedentarismo, excesso de peso, erro alimentar, assim como, também, à decorrência de uma herança familiar. A endocrinologista e chefe do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (UFPE), Jacqueline Araújo, comenta como a doença, sendo especificamente deste tipo, se desenvolve no corpo do indivíduo. “No início ainda há fabricação adequada da insulina (hormônio que controla a glicose), mas esta não consegue agir adequadamente. Com o passar do tempo, o pâncreas entra em esgotamento e já não fabrica mais a quantidade necessária de insulina para controlar a glicose. Esta forma é mais comum em adultos, mas também pode atingir crianças e adolescentes, pois a obesidade vem crescendo muito na faixa etária pediátrica”.

De acordo com dados do Atlas do Diabetes da IDF, o Brasil é considerado o quinto país em maior número de pacientes com a condição no mundo, com 16,8 milhões de adultos (20 a 79 anos), ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Além disso, a estimativa é que a incidência da doença chegue a 21,5 milhões em 2030, sendo o diabetes do tipo 2 o mais prevalente.
Apesar do grande número envolvendo a formação da doença em adultos, as crianças e jovens também podem ser afetadas pelo diabetes, sendo nessa faixa etária mais comum o desenvolvimento da doença em seu tipo 1, onde ocorre uma destruição das células do pâncreas, que produzem a insulina. “Isto se deve ao fato do sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) passar a achar que estas células são estranhas, então as ataca e destrói. A causa não é completamente esclarecida, apesar de haver muito investimento e pesquisas na tentativa de compreender melhor esta doença. Alguns genes estão envolvidos e algumas viroses podem ser o fator desencadeante, mas não a causa”, explica a endocrinologista.
Sandra Ianara Libório, publicitária e mãe da adolescente Maria Eduarda Libório, de 15 anos, relata como foi, para a família, identificar que a filha teria diabetes, e quais foram as principais dificuldades enfrentadas no período inicial da descoberta. “Duda tinha apenas 2 anos e meio quando descobrimos, e nunca havíamos imaginado que ela poderia ter a doença, pois ninguém na família tem histórico de ter diabetes. Eduarda sempre foi uma criança muito ativa e, de repente, começou a dormir muito mais que o normal, sentia fraqueza, entre outros sintomas, e foi a partir daí que notamos que algo diferente estava acontecendo. No início foi difícil, pois nunca imaginei que teria maturidade suficiente para cuidar de uma criança de apenas 2 anos com Diabetes. Foi uma barra muito grande, porém, nesses momentos, precisamos absorver os desafios”.
Diferente do diabetes do tipo 2, em que o paciente pode passar vários anos assintomático, o diabetes do tipo 1 é uma doença de ágil instalação, que demonstra de forma rápida os sinais. Nas crianças, os sintomas mais comuns são: voltar a fazer xixi na cama por urinar com uma maior frequência, sentir muita sede, perda de peso e falta de disposição e energia em sua rotina. “Deve-se estar atento às crianças muito pequenas, em que estes sintomas não são muito evidentes e podem se confundir com infecções, quadros respiratórios e intoxicação por medicações. Caso os sintomas não sejam percebidos e haja demora no diagnóstico, o quadro evolui com dor abdominal, vômitos, cansaço respiratório, desidratação e produção excessiva de ácidos no organismo”, alerta Jacqueline.
Sandra conta, também, sua visão sobre a importância de se ter um olhar otimista acerca do tratamento da diabetes. “As pessoas precisam saber que, se tivermos disciplina no tratamento, você pode levar uma vida normal, como qualquer outra pessoa. A conscientização é muito importante pois, para algumas pessoas, ter diabetes é como se fosse o fim do túnel. Desde que descobrimos a doença, Eduarda faz acompanhamento com psicóloga, para saber lidar bem com tudo”, afirma.
As maiores dificuldades enfrentadas no tratamento diário do diabetes do tipo 1 são o fato da insulina ser aplicada em forma de injeção, em um total de 3 a 4 vezes ao dia; a verificação da glicemia, a qual é realizada na mesma proporção, através de uma pequena picada nos dedos das mãos e, também, a mudança de hábitos alimentares, que é necessária de ser realizada para que o paciente consiga ter um controle mais adequado de sua glicose sanguínea. A endocrinologista Jacqueline fala sobre a evolução desses processos de tratamento da doença. “Hoje, com a evolução, os aplicadores de insulina tornam as aplicações bem mais confortáveis e praticamente indolores. As insulinas modernas estão cada vez melhores e mais seguras, e existem dispositivos chamados de bomba de insulina que imitam com mais perfeição o funcionamento do pâncreas e substituem as injeções diárias por uma picada a cada 3 dias. Quanto à verificação da glicose, a evolução da tecnologia também trouxe o conforto de aparelhos que substituem as múltiplas picadas diárias por uma a cada 14 dias”.
“A grande importância dessa campanha de conscientização é a divulgação, para que a população saiba como identificar com agilidade o início da doença. Quanto mais rápido for iniciado o processo de tratamento, mais rapidamente poderemos prevenir as complicações sofridas pelos pacientes. Além disso, as campanhas realizadas neste dia, com realização de glicemias feitas na hora, detectam muitas pessoas que não sabiam ser portadoras da doença, assim como também conscientizam o governo a investir em prevenção, tratamento adequado e pesquisas, que ajudem na evolução do tratamento e da cura do diabetes”, conclui a endocrinologista, Jacqueline Araújo.
Sobre a data em combate à doença, a médica endocrinologista e professora de medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE) e Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Marise Carvalho, discorre: “É uma data que, por ter uma divulgação na mídia, lembra as pessoas da prevenção da doença, a partir de cuidados com a alimentação e o início do ritmo de atividades físicas, assim como lembra as autoridades da importância de se valorizar esse diagnóstico, e de se cuidar das pessoas, para que elas tenham um tratamento apropriado”, complementa.
“O tratamento pode salvar a vida do paciente, e a maioria dos que fazem esses cuidados, medindo a glicose e aplicando a insulina, conseguem viver bem, de forma normal, estudando, trabalhando e podendo se desenvolver normalmente, ao longo da vida. É muito importante ter uma data que lembre às pessoas de que a diabetes existe”, afirma a endocrinologista e presidente do departamento científico de endocrinologia da SOPEPE (Sociedade de Pediatria de Pernambuco), Bárbara Gomes.
Últimas

Mais Lidas
