SAÚDE

Sociedade Brasileira de Cardiologia em PE faz alerta para que população volte a cuidar do coração

Publicado em: 29/09/2021 11:17 | Atualizado em: 29/09/2021 11:23

 (Foto: Pixabay/Reprodução)
Foto: Pixabay/Reprodução

O período de restrições da pandemia foi marcado pelo aumento de comportamentos como sedentarismo, alimentação desregrada e diminuição dos índices de atendimentos cardiológicos. De acordo com dados do Portal da Transparência da Arpen-Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais), o número de óbitos por doenças cardiovasculares (AVC, infarto, entre outras) em Pernambuco no primeiro semestre de 2021 foi de 9454, configurando um aumento de 10% em relação a 2019, antes da pandemia (8581).

Em 2020, durante os meses em que a prática do distanciamento social foi mais rígida, houve um aumento de 31,82% de óbitos em domicílios de todo o Brasil em função dos problemas cardiovasculares. O dado foi revelado em uma pesquisa feita pela SBC em parceria com a Arpen-Brasil e pesquisadores da UFMG e UFRJ. Assim, no Dia Mundial do Coração, realizado em 29 de setembro, a Sociedade Brasileira de Cardiologia em Pernambuco (SBC-PE) faz um alerta para que a população volte a realizar exercícios físicos, respeitando todos os protocolos vigentes no estado, e que não hesite em ir ao médico ao perceber quaisquer sensações incomuns num órgão vital para a vida. 

"Os pacientes ficaram mais em casa e deixaram de ver o controle adequado das suas pressões. Também deixaram de fazer controles da diabetes, com dietas menos regradas, outro fator que acaba contribuindo para aumento da obesidade e dos níveis de colesterol. É preciso voltar a procurar os médicos e as emergências cardiológicas nas eventualidades de se sentir mal. A atuação rápida diminui muito os riscos de complicações", diz Fernando Moraes, presidente da SBC-PE. 

"Sabemos que no período da pandemia houve um agravamento das doenças cardiovasculares. Existem vários registros do aumento do número de infartos em casa. As pessoas ficaram com receio de contrair a Covid-19 nos hospitais e retardaram os seus atendimentos. Contudo, no atual momento já vimos que isso está mudando bastante. As pessoas estão voltando aos consultórios, mas é preciso reforçar."

FILA DE ESPERA PARA CIRURGIAS
Segundo levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cirurgias Cardiovasculares (SBCCV), mais de 60 mil brasileiros seguem na fila de espera após ter procedimentos suspensos ou adiados porque os leitos estavam ocupados com infectados pela Covid-19. A pesquisa, realizada a partir de relatos de 27 hospitais de nove estados brasileiros, também aponta para uma falta de insumos, constatando que 52% dos serviços de cirurgia cardiovascular já apresentam problemas graves de desabastecimento. Em um ano sem pandemia, aproximadamente 100 mil operações são realizadas no País.

"Existe uma falta de acesso nos hospitais, lotados com leitos de UTI voltados para o coronavírus", comenta Fernando Moraes. "Vários leitos anteriormente voltados para cardiologia e cirurgias cardiovasculares foram preenchidos com pacientes da Covid-19. Assim, a fila foi aumentando, predominantemente nos hospitais públicos, já que 80% das cirurgias cardíacas são realizadas pelo SUS."

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