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Marina Torres/DP Foto |
Os esclarecimentos dados pelo secretário estadual de Educação, Gilson Monteiro Filho, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta terça-feira (1º), geraram críticas da bancada de oposição. Maioria na mesa, os deputados afirmaram que a pasta sofre de “dificuldade gerencial”, e defenderam os órgãos regulatórios citados pelo titular da pasta como empecilhos para a execução de projetos.
Presidente da Comissão de Administração Pública, o deputado Waldemar Borges (PSB) disse que as questões burocráticas já deveriam ter sido resolvidas nos dois anos e três meses sob o comando da governadora Raquel Lyra (PSD).
“O fato objetivo é que estão sofrendo por dificuldades gerenciais. Nunca uma licitação conseguiu ser feita e concluída como deve acontecer. Daqui a 8 meses acaba o governo. O sentimento que fica é uma grande dificuldade gerencial para que as coisas aconteçam, e muitas não estão acontecendo ou estão de forma precária”, afirmou.
Autor da convocação, o deputado Antônio Coelho (União Brasil) disse que os estudantes não se importam com os trâmites legais, apenas querem saber quando as políticas públicas serão executadas.
“O sentimento que permanece é que os argumentos expostos perdem robustez pelo passar do tempo. Todo gestor sabe da dificuldade da interação com os órgãos de controle, mas são de preocupação exclusiva do gestor. O aluno não quer saber se a merenda é terceirizada. Ele está com fome. Pouco interessa ao aluno se houve uma cautelar ou não, mas sim que tem que usar a farda do ano passado. O que interessa ao aluno é se ele vai ter como fazer parte do Ganhe o Mundo. Os alunos estão preocupados e indignados com o serviço prestado”, declarou.
Líder da oposição, Diogo Moraes (PSB) foi mais incisivo ao chamar de “incompetente” a gestão Raquel Lyra.
"O que fica pra gente é esclarecer a afirmação da grande incompetência deste governo. Todos os processos feitos dentro do governo e da Secretaria com problemas desde o nascedouro. Vemos sempre o secretário distribuir o vilão como Tribunal de Contas. Vemos uma série de sucessão de erros elementares”, disparou.
Governistas defendem
Líder do PSDB na Alepe, a deputada Débora Almeida saiu em defesa do secretário após as sucessivas críticas, reforçando o trabalho da governadora Raquel Lyra nos últimos dois anos e levantando problemas das gestões passadas.
“O trabalho lá de trás não foi feito. Muitas das escolas foram transformadas em tempo integral e não tinham estrutura suficiente, e depois não foram feitas todas as reformas e melhorias que eram necessárias para a manutenção. Vemos a governadora Raquel Lyra empenhada em fazer isso. E vai acontecer, mas não de um dia para outro. Tudo com o seu tempo”, discursou.
Antes mesmo de finalizar sua fala, Débora Almeida foi vaiada pelos estudantes e outros presentes no auditório. Waldemar Borges interveio, afirmando que o direito à fala era um preceito democrático, e todos devem ser ouvidos. A bancada governista era minoria no auditório.
A tucana foi seguida pela líder governista Socorro Pimentel (União Brasil), que adotou um tom mais conciliador com os estudantes, mas sem deixar de defender a atual gestão.
“Nesses pouco mais de dois anos, Pernambuco já vem com avanços positivos na Educação. Quando falamos em climatização das escolas, precisamos nos lembrar do estado precário das estruturas físicas das nossas escolas, que não comportam um ar-condicionado. Isso não é desculpa, é um fato real. Quando o secretário fala de cautelares que atrasam o processo de licitação, ele sabe da responsabilidade, e que precisa resguardar o seu CPF e da governadora, para que casos que aconteceram no passado não venham a acontecer”, afirmou.