Alepe volta do recesso com tensão sobre emendas

Os deputados estaduais deram início às atividades do terceiro ano da atual legislatura em solenidade na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta segunda-feira (3), marcando a metade do mandato. Apesar da tensão em torno da falta de pagamento das emendas parlamentares de 2024, a governadora Raquel Lyra (PSDB) marcou presença na cerimônia.

No discurso, a tucana fez um balanço da primeira metade da gestão e evitou o assunto, apesar das cobranças feitas pelo líder da oposição, Diogo Moraes (PSB), minutos antes. O tema foi tratado apenas em entrevista à imprensa após o evento. Lyra reforçou o compromisso em quitar as impositivas assim que os protocolos de pagamento sejam uniformizados.

"Nosso governo foi o que mais pagou emendas parlamentares da história do nosso Estado, e fica aqui o compromisso de que iremos arcar com o pagamento das emendas de 2024 e 2025. Esperamos, depois do grupo de trabalho realizado, a uniformização dos protocolos nos órgãos do Estado, e com o diálogo permanente com a Assembleia, que possamos fazer isso no mais curto espaço de tempo possível", declarou.

O presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), afirmou que não houve uma resposta oficial do Governo do Estado até o momento sobre as emendas, e os parlamentares aguardam o repasse dos valores. O prazo para que a governadora responda ao pedido de informação termina nesta quinta-feira (6).

“Os deputados continuam reclamando, e até agora estamos esperando a resposta do Governo. Acho que até quinta-feira devemos ter uma resposta. Em alguns dias começa a juntar com as de 2025, e fica mais difícil ainda. Não esperamos só que sejam empenhadas e entrem no orçamento, mas que seja pago”, disse

Na abertura das atividades, Porto agradeceu pela reeleição, e comentou as expectativas do novo biênio à frente da mesa.

“Além de legislar e fiscalizar, a Casa continuará, neste ano de 2025, a atender aos anseios, assegurar direitos e garantir conquistas à população pernambucana. Enfatizamos que todos os projetos apresentados em benefício do povo de Pernambuco, serão apreciados e aprovados. É compromisso da nova mesa diretora continuar trabalhando em favor do pleno funcionamento da Alepe e da boa relação com os demais poderes e a sociedade”, discursou.

O líder da oposição, Diogo Moraes, criticou duramente a gestão de Raquel Lyra. Ele afirmou que o Palácio do Campo das Princesas não dialoga com a Alepe, e questionou as trocas no comando da Educação, além de apontar a demora na licitação de merendas escolares e falhas na atuação da polícia no conflito entre uniformizadas.

“Testemunhamos uma gestão fechada ao debate e tomada pela letargia administrativa, que perde a oportunidade de construir soluções conjuntas e de evitar desgastes desnecessários.

Para governar, é imprescindível saber ouvir, na busca do bem comum. Pernambuco precisa de governança, de planejamento e, sobretudo, de respeito às instituições e às pessoas que fazem o dia a dia do nosso estado”, disparou.

O líder do governo na Alepe, Izaías Régis (PSDB), não estava presente na sessão devido ao falecimento de um amigo. O discurso foi feito pelo vice-líder Joãozinho Tenório (PRD).

“É com união e parceria que iremos preservar tudo aquilo que já foi conquistado e avançar nos projetos que são prioritários a todos os pernambucanos. Este será um ano de muito trabalho, mas, sem dúvida nenhuma, de muitas colheitas. Continuaremos trabalhando de forma conjunta e harmoniosa, mantendo a cooperação entre o Executivo e Legislativo”, afirmou.

A sessão começou com a posse da nova mesa diretora. Álvaro Porto foi reeleito presidente da Casa para o segundo biênio da legislatura, e Francismar Porto (PSB) assumiu a primeira-secretaria. 

Os deputados Rodrigo Farias (PSB) e Aglailson Victor (PSB) são os novos primeiro e segundo vice-presidentes, com Claudiano Martins Filho (PP), Romero Sales Filho (UB) e o coronel Alberto Feitosa (PL) nas secretarias.

Ficaram na suplência Doriel Barros (PT), Henrique Queiroz Filho (PP), Romero Albuquerque (UB), Fabrizio Ferraz (Solidariedade), William Brigido (Republicanos), Joãozinho Tenório (PRD) e Socorro Pimentel (UB).