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EDUCAÇÃO

Deputado pede demissão de secretário interino de Educação; Líder do Governo rebate

Presidente da Comissão de Educação da Alepe, Waldemar Borges apontou problemas de gestão na pasta a poucos dias do início do ano letivo

Publicado: 23/01/2025 às 17:01

/Jarbas Araújo/Alepe

/Jarbas Araújo/Alepe

O deputado estadual Waldemar Borges (PSB) pediu, nesta quinta-feira (23), a demissão do secretário estadual interino de Educação, Gilson José Monteiro Filho, e apontou problemas na gestão da pasta que teriam levado à demissão do ex-secretário Alexandre Schneider, no início deste ano.

Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Borges afirmou que a Educação coleciona “uma série de episódios constrangedores e mal explicados”, citando a dispensa emergencial para merenda escolar para 135 escolas, e um adiamento de licitação de R$ 58 milhões para a compra de kits escolares.

“É um desmantelo completo. O ex-secretário Schneider saiu há mais de duas semanas e, a poucos dias da volta do ano letivo, não há indicativo de que veremos uma substituição. Quem está interinamente também não pode continuar, já que é conhecido como ‘homem forte’ da governadora e protagonista da bagunça que se instalou na Educação”, disparou Borges.

Schneider passou apenas seis meses no cargo. O Diario de Pernambuco adiantou que entraves com Gilson Filho – nome ligado à governadora Raquel Lyra (PSDB) desde sua prefeitura em Caruaru – teriam sido o pivô da saída de Schneider, além de questões familiares terem pesado na decisão.

Em carta à tucana, ele citou “valores inegociáveis, pessoal e profissionalmente” ao pedir a exoneração. 

“É muito importante destacar que, em sua nota de demissão, o ex-secretário afirmou que há ‘valores pessoais e profissionais inegociáveis’, antes de admitir publicamente, em uma rede social, que ‘não cuidava’ da merenda escolar na sua gestão à frente da Educação. Se ele, que era o secretário, não cuidava, quem tinha essa prerrogativa? Deve ser o Gilson”, questionou o parlamentar.

Em nota, o líder do Governo Raquel Lyra na Alepe, Izaías Régis (PSDB), afirmou que “a transição na Secretaria de Educação não compromete os avanços, nem a continuidade das ações estratégicas”.

O tucano celebrou as conquistas da área em Pernambuco nos últimos dois anos, citando a superação da taxa nacional de alfabetização com 59% das crianças alfabetizadas na idade certa, ultrapassando a meta do Ministério da Educação (MEC) e o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), acima da média nacional.

O deputado listou ainda a criação de 60 mil vagas para creches e pré-escolas, a entrega de 1.200 ônibus escolares e a ampliação para 15 mil vagas no ensino fundamental em tempo integral como prova do comprometimento da gestão na Educação.

A reportagem procurou a comunicação do Palácio do Campo das Princesas e a deputada estadual Débora Almeida, líder do PSDB, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Especulações

Débora Almeida foi um dos nomes especulados nos bastidores para assumir a pasta. Outros cotados internamente foram o deputado estadual João Paulo (PT), e o assessor especial do ministro das Relações Institucionais, Mozart Sales (PT).

A Secretaria de Educação – separada da pasta de Esportes para o terceiro ano de Raquel Lyra no Executivo – pode ser a porta de entrada do PT na gestão estadual, caso a governadora se comprometa com a reeleição do presidente Lula (PT) em 2026. O nome indicado pela sigla, no entanto, pode não ser um parlamentar.

Há também um receio de haver novas trocas no comando da pasta caso o novo secretário esteja no exercício de um mandato. O titular precisaria se desincompatibilizar em 2026 para disputar a eleição. Neste caso, a Educação teria um histórico de quatro secretários ao final do primeiro governo de Raquel Lyra.
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