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Política
RECIFE

Primeiro escalão da Prefeitura do Recife revela tabuleiro político de João Campos

Onze titulares contemplam partidos da Frente Popular; MDB e União Brasil ganham força

Publicado: 06/01/2025 às 05:13

/Marina Torres/DP Foto

(Marina Torres/DP Foto)

Com os anúncios e subsequente posse do novo primeiro escalão da Prefeitura do Recife, o prefeito João Campos (PSB) começa a revelar o seu lado do tabuleiro político pernambucano para os próximos dois anos, quando especula-se que ele deve deixar a gestão municipal para disputar o Governo do Estado.

Entre nomes novos, mantidos e promovidos, onze titulares do secretariado são indicações políticas, contemplando aliados da Frente Popular que colaboraram com a reeleição de João Campos, e devem receber apoio das bases socialistas para o Legislativo em 2026.

MDB costurado

Um dos partidos que ganhou mais força na gestão municipal foi o MDB. O ex-deputado Raul Henry (MDB), atual presidente estadual da legenda, assumiu o comando da pasta de Relações Institucionais da Prefeitura, enquanto Túlio Arruda ficou com a Cidadania e Cultura da Paz por indicação do seu pai, o prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto (MDB).

A articulação conquistou duas alas importantes do partido no Estado, mas não garantiu apoio do grupo político do senador Fernando Dueire (MDB), próximo da governadora Raquel Lyra (PSDB), e que deve tentar a reeleição ao Senado daqui a dois anos.

Apesar dos acenos à tucana, o cientista político Hely Ferreira avalia que o socialista tem uma vantagem histórica no cabo de guerra pelo MDB.

“É um retorno à origem do MDB, historicamente na frente popular. Embora tenha tendências, o grupo que hoje tem certos controles do partido, como a presidência nacional e estadual, está na frente popular. Pode não ser o suficiente, mas já demonstra que, majoritariamente, o MDB está junto com o prefeito do Recife”, afirmou.

União mais forte

Outra sigla que se fortaleceu foi o União Brasil. Ex-secretário municipal de Turismo, Antônio Coelho (UB) retomou seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), mas o partido conseguiu manter o comando da pasta com a indicação de Thiago Ângelo.

Além disso, aumentou sua representação na gestão ao assumir a Secretaria de Finanças com Carlos Andrade Lima, ex-candidato à Prefeitura do Recife em 2020, e ao Senado em 2022.

Brasil da Esperança

O PT ficou com a titularidade das secretarias de Meio Ambiente, com Oscar Barreto (PT), e Habitação, com Felipe Cury (PT), enquanto o PV foi contemplado com a pasta de Direitos Humanos, sob o comando do vereador reeleito Marco Aurélio (PV).

A indicação do parlamentar abriu uma vaga na Câmara Municipal, ocupada pelo primeiro suplente da Federação Brasil da Esperança (PT/PV/PCdoB) Osmar Ricardo (PT), dando aos petistas mais um assento na Casa José Mariano - e, este, mais alinhado ao prefeito do que Liana Cirne (PT) e Kari Santos (PT).

Ainda assim, o grupo político do senador Humberto Costa (PT) acabou ficando de fora do primeiro escalão. Apesar da senadora Teresa Leitão (PT) assegurar o clima de união, esse desfalque somado aos acenos dos petistas à Raquel Lyra podem sinalizar rachaduras na relação.

Para Hely Ferreira, isso é consequência da falta de unidade histórica da sigla em Pernambuco. “O problema do PT é que é um partido com várias tendências. Você não consegue contemplar nunca o PT nesse aspecto. Você contempla uma tendência mas não a outra. Não há unidade no PT”, analisou.

Base reforçada

Outra adição ao primeiro escalão veio de dentro de casa. O deputado estadual Eriberto Filho (PSB) assumiu a Secretaria de Esportes. Sua vaga na Alepe ficou com Cayo Albino (PSB), filho do prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB).

A movimentação garante a Campos um aliado que pode dedicar emendas parlamentares ao Agreste, região de maior popularidade da governadora Raquel Lyra.

Outro nome do PSB, a vereadora Andreza Romero também retorna à gestão - desta vez, com a titularidade do Gabinete de Proteção e Defesa dos Animais. Sua vaga na Câmara Municipal ficou com Chico Kiko (PSB).

Alianças mantidas

Apesar de perder a vice-prefeitura, que passou para o PCdoB com Victor Marques, tanto o PDT quanto Isabella de Roldão (PDT) receberam um espaço no primeiro escalão, com a ex-vice-prefeita no comando da Secretaria do Trabalho e Qualificação Profissional.

Outra aliança preservada pela gestão foi com o Republicanos, que manteve George Scavuzzi na titularidade do Saneamento.

Durante a cerimônia de posse do secretariado, João Campos garantiu que os demais partidos da Frente Popular serão contemplados nos outros escalões da gestão.
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