° / °

Acervo
PERNAMBUCO

Deputada do PT propõe criação de delegacia para combater intolerância religiosa no Estado

Rosa Amorim enviou ofício ao Governo do Estado e à SDS-PE após ataque ao Terreiro de Xambá

Publicado: 29/01/2025 às 13:53

/Vinícius Rodrigues

/Vinícius Rodrigues


 
Em ofício (nº 303/2025) enviado ao Governo do Estado e à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), a deputada estadual Rosa Amorim (PT) solicitou a criação de uma Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa após os ataques ao Terreiro de Xambá, em Olinda, por fundamentalistas evangélicos.

No documento, a parlamentar também pede que a SDS-PE inclua intolerância religiosa, injúria racial e racismo religioso entre as tipificações penais, para facilitar o registro das ocorrências e possibilitar um levantamento mais preciso dos casos no Estado.

“O que aconteceu no Terreiro de Xambá é de uma violência sem tamanho. Centenas de pessoas foram até a porta do terreiro, agrediram verbalmente os filhos e filhas da casa, interromperam uma celebração que acontecia no interior do terreiro, e ainda ameaçaram voltar em maior número. Se esse absurdo passa impune no Terreiro de Xambá, Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, o será dos centenas de Terreiros e dos milhares de adeptos das religiões de matriz africana e indígena no nosso estado?”, questionou a deputada.

Entenda o caso

O babalorixá Ivo de Xambá denunciou atos de intolerância religiosa de cristãos que teriam agredido verbalmente os frequentadores do Terreiro de Xambá.

O caso aconteceu na tarde do dia 19 de janeiro. Segundo Pai Ivo, aproximadamente 100 fiéis estariam fazendo uma pregação em frente ao Terreiro, com três carros de som.

O babalorixá e outros frequentadores solicitaram aos evangélicos que se retirassem do local, afirmando que eles não gostariam que fizessem seus ritos em frente a uma igreja. Apesar de alguns dos fiéis se retirarem, alguns permaneceram no local, onde dispararam os ataques contra as religiões de matriz africana e indígena.

A Polícia Civil informou que trata o caso como racismo, preconceito e discriminação, e segue investigando os responsáveis pelas ofensas.
Mais de Acervo